A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento de ações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) pedidas no relatório final da CPI da Covid. A manifestação, assinada pela vice-PGR, Lindôra Araújo, foi encaminhada, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, ela sugere retirar sete das 10 solicitações de indiciamentos por prática de crimes de infração de medida sanitária preventiva, supostamente cometidos pelo chefe do Executivo e aliados.
Lindôra Araújo afirmou não ver base para responsabilizar Bolsonaro. Ela disse que "inúmeras pessoas contaminadas nem sequer tiveram contato direto ou indireto (por meio de terceiras pessoas) com o presidente da República, afastando a possibilidade de responsabilização por esse fato".
"A correlação tecida no relatório final entre a presença do presidente da República e o aumento de casos de covid-19 nos locais visitados é frágil, sem constatação em dados elementares, como a identificação dos pacientes internados e o contato direto ou indireto deles com pessoas que se aglomeraram em razão da presença de Jair Messias Bolsonaro", escreveu.
Na mesma manifestação, a vice-PGR também arquivou o indiciamento de atuais e ex-integrantes do governo e parlamentares aliados ao chefe do Executivo, como Marcelo Queiroga (ministro da Saúde), Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).