A má avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição em outubro, permanece alta, de acordo com a pesquisa Ipespe de julho, divulgada nesta segunda-feira (25/7). Declararam considerar o governo ruim ou péssimo 49% dos entrevistados, contra 32% que o consideraram bom ou ótimo; e 18% de avaliação regular.
A pesquisa Ipespe retrata cenário muito semelhante à da pesquisa FSB/BTG Pactual, também divulgada hoje, em que não foram registradas variações, no eleitorado, decorrentes da aprovação do auxílio emergencial de R$ 600,00 nem com a entrada em vigor das medidas contempladas pela PEC dos Combustíveis.
O percentual de respostas “ruim ou péssimo” para o governo Bolsonaro, em julho, representa uma queda de apenas 1 ponto percentual em relação à pesquisa de junho, variação dentro da margem de erro. Na ponta oposta, o percentual de “ótimo+bom” subiu na mesma proporção, de 1 p.p. Não souberam ou não responderam somaram apenas 1% das respostas.
A mesma variação foi registrada pelo instituto em relação à aprovação do governo Bolsonaro: 59% declararam desaprovar (-1 p.p. na comparação com junho) e 36% disseram aprovar o governo do presidente (+1 p.p.).
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Outros dados
O instituto apurou que 44% dos entrevistados “votariam com certeza” em Lula; enquanto 43% “não votariam de jeito nenhum”, e 11% “poderiam votar” no ex-presidente.
Com relação a Bolsonaro, 58% não votariam de jeito nenhum no presidente; 34% votariam com certeza; e 8% admitiram que poderiam votar.
Em Ciro Gomes, votariam com certeza 12% dos entrevistados; 40% declararam que não votariam de jeito nenhum; e 41 responderam que poderiam votar.
Simone Tebet enfrenta o desconhecimento de parte do eleitorado e a rejeição de outra parte significativa: 33% declararam que não conhecem a senadora do MDB e 35% garantiram que não votariam nela de jeito nenhum. Ela teria voto de 6% dos entrevistados, enquanto 24% disseram que “poderiam votar” na senadora.
Rejeição feminina
No recorte por gênero, Lula e Bolsonaro tem percentuais semelhantes entre os eleitores homens, mas a Bolsonaro enfrenta forte rejeição entre as mulheres, o que dá ao adversário petista a vantagem que mantém nas pesquisas de intenção de votos.
Lula é o preferido para assumir a Presidência por 48% das mulheres entrevistadas, contra 30% que declararam apoio a Bolsonaro. Entre os homens, Bolsonaro está numericamente à frente, mas empata com Lula dentro da margem de erro: 41% a 39%, respectivamente.
Outros recortes
Lula venceria Bolsonaro com folga entre o eleitorado de 16 a 35 anos de idade (50% a 27%, respectivamente); e empataria na margem de erro entre os eleitores com mais de 35 anos.
Em relação à escolaridade, Lula tem quase o dobro das intenções de voto de Bolsonaro entre o eleitorado com ensino fundamental (50% a 27%); e empata entre os eleitores com ensino médio (40% a 40%) e superior (39% a 40%).
Lula é o preferido por ampla maioria entre quem ganha até 1 salário mínimo (51% a 28%); e empata com o presidente na margem de erro na faixa entre 2 e 5 salários mínimo (38% a 39%). Bolsonaro vence o petista entre quem ganha mais de 5 s.m. (46% a 38%).
Por regiões, a maior diferença de Lula para Bolsonaro está no Nordeste (57% a 25%, respectivamente). No Sudeste, o petista também venceria (41% a 36%). Bolsonaro ganharia no Sul (46% a 33%). Os dois empatam (na margem de erro) no consolidado Norte/Centro-Oeste (Bolsonaro com 41%, e Lula com 40%).
O Ipespe apurou ainda que Bolsonaro é o preferido dos eleitores evangélicos (47% a 36%), enquanto Lula venceria entre os católicos (43% a 34%) e em outras religiões (54% a 25%).
A pesquisa Ipespe foi feita entre 20 a 22 de julho, com 2 mil entrevistados por telefone, e intervalo de confiança de 95,5%.