Filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) faltaram à convenção nacional do PL que oficializou a candidatura do pai à reeleição.
A ausência deles expõe divergências nos bastidores da campanha. Carlos e Eduardo são mais ligados à base ideológica de apoiadores do presidente. Eles praticamente ignoraram conteúdos sobre a convenção nas redes sociais. A única postagem do vereador relacionada à convenção foi uma resposta ao ex-deputado Jean Wyllys. Dos Estados Unidos, Eduardo compartilhou um link para o evento.
Carlos segue à frente do controle de perfis do chefe do Executivo nas redes sociais, mas tem agora a companhia do publicitário Sérgio Lima na função, que faz a ponte no comitê de campanha. Ele já reclamou publicamente da condução do marketing, tendo como alvo a equipe de confiança do PL, mas Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e um dos coordenadores da campanha do pai, minimizou a disputa entre eles. Eduardo não tem uma função específica.
Além da ausência de filhos de Bolsonaro, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, partido que integra a aliança eleitoral do Palácio do Planalto, não compareceu, algo incomum em convenções nacionais dessa magnitude.
Ministros palacianos da ala militar, Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) não foram ao megaevento no Maracanãzinho.
Um dos fiadores de Bolsonaro junto ao mercado financeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não compareceu, bem como o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Em meio ao clima festivo do evento, que reuniu milhares de apoiadores do presidente, as ausências chamaram a atenção.
Bolsonaro e seu vice na chapa, general Braga Netto, entraram no ginásio acompanhados das esposas e de Flávio Bolsonaro, que integra o núcleo político da campanha à reeleição, ao lado de Braga Netto e de nomes como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o marqueteiro Duda Lima e José Trabulo, homem de confiança do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Espaços vazios
Os apoiadores do presidente encheram o Maracanãzinho, mas o ginásio não estava lotado. Havia uma série de assentos não ocupados na arquibancada e espaço na área de militantes mais próxima ao palco, onde foi possível assistir à convenção de pé.
O ginásio tem capacidade para 11.800 pessoas sentadas e, pelos cálculos do partido, havia pouco menos de oito mil no setor. Ao todo, segundo o PL, havia 12 mil pessoas presentes, mas esse cálculo inclui imprensa, prestadores de serviço, membros do partido, políticos e autoridades. As filas começaram antes das 8h e, enquanto o presidente começava a discursar, os últimos militantes ainda ingressavam no ginásio.
Um dos momentos mais intensos foram os aplausos ao deputado Daniel Silveira (PL-RJ), ícone da ala ideológica, que foi condenado pelo Supremo e perdoado por Bolsonaro. Ele foi ovacionado, enquanto houve vaias misturadas a aplausos para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e para o senador Romário (PL-RJ). Lira, porém, foi anunciado como "o parceiro de Bolsonaro" — ele vestia uma camisa azul com a frase: Bolsonaro 22.
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