Durante a transmissão da live desta quinta-feira (21/07), o presidente Jair Bolsonaro (PL) associou homicídios ao uso de drogas como a maconha. O chefe do Executivo usou como exemplo o Uruguai.
"Quando se fala em drogas, nós sabemos que as drogas levam à violência. Temos o Uruguai aqui que a poucos anos regulamentou, legalizou a maconha. Estamos vendo o reflexo na explosão do número de homicídios em função em grande parte da maconha", alegou.
De acordo com relatório da Fundação Propostas, divulgada pelo portal UOL, a taxa de homicídios no Uruguai é de 11,2 casos por 100 mil habitantes. Para medida de comparação, a última edição do Atlas da Violência, com dados referentes ao ano de 2019, mostra que a taxa de homicídios no Brasil de 21,65 casos por 100 mil habitantes.
Bolsonaro disse ainda que a legalização das drogas pode levar um país à "desgraça". "Nós sabemos que esse pessoal da esquerda, quase todos são favoráveis à liberação das drogas. A mensagem que a gente dá é que liberação das drogas não leva a lugar nenhum, vai retroalimentar um sistema que leva a mais violência, vai levar a outros males que a tendência é aquele país entrar em desgraça".
E justificou com uma hipótese de um acidente veicular, comparando que uma pessoa usuária de maconha teria a velocidade de reação prejudicada em relação a uma não usuária.
"Um exemplo: as pessoas que dirigem. Uma fuma maconha e a outra não fuma. A velocidade de reação a um estímulo é diferente de uma pessoa para outra ou não? Por exemplo: ambas estão dirigindo na mesma direção, lado a lado. E vem um perigo para o lado de lá, uma luz que acende imediatamente para as duas pessoas. Qual vai pisar no freio na frente: a pessoa que não fuma maconha ou a que fuma maconha? Tem diferença? Tem. Não vou responder aqui. Essa diferença pode custar a vida de quem está naquele carro ou não?", questionou.
Bolsonaro também voltou a defender o armamento por parte da população dizendo que "a arma de fogo inibe" crimes e que a venda das armas de fogo "tem levado à diminuição da violência no Brasil".
"Tem subido a permissão para compra de armas de fogo. Subiu 1450%. Isso equivale a 15 vezes desde 2018. Esse número da venda de armas de fogo, diferente do que pregavam lá atrás, tem levado à diminuição da violência no Brasil. Em 2016, por exemplo, morreram no Brasil, de forma violenta, a grande maioria por arma de fogo, morreram 61 mil pessoas. O ano passado passou para 41 mil pessoas. Ou seja, diminuíram 20 mil mortes. O que acontece com a arma de fogo? Inibe. A pessoa [criminosa] fica preocupada: será que aquela casa escondida lá eu vou chegar metendo o pé na porta com a certeza que não tem ninguém armado lá? Será que eu vou roubar o celular e me dar bem para tomar uma cervejinha?", concluiu em referência a uma citação a seu opositor político, Lula.