Mercado ressuscita Paulo Guedes
Com a aprovação da emenda constitucional que ampliará o Auxílio Brasil e criará o voucher caminhoneiro com pagamento dobrado em agosto, a intenção do mercado financeiro é reforçar os pilares que sustentam o ministro da Economia, Paulo Guedes. A ideia é evitar que o Centrão, tão solícito e prestativo na hora de aumentar gastos, não fique senhor absoluto da agenda econômica. Guedes, até aqui, dizem alguns, ajudou a segurar muita coisa. Mal ou bem, é o que o mercado tem hoje no governo como lastro. E se Bolsonaro virar o jogo eleitoral, o que uma parcela dos investidores não descarta, será preciso manter alguém que tenha trânsito e capacidade e resgatar um viés mais liberal.
Em tempo: o fato de o mercado incensar o ministro da Economia não significa que não esteja conversando com outros candidatos. Aliás, o contato com os petistas há tempos não era "tão bom e frequente" — conforme relatam aqueles que sempre fazem contas para ver onde será possível manter a rentabilidade.
Um recado ao Judiciário...
A referência do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Executivo e Legislativo como irmãos "xifópagos", ou seja, siameses, deixou nos líderes governistas a impressão de que ele quis dar um recado ao Poder Judiciário. Até porque, antes de se referir a isso, citou nominalmente o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins.
...e ao próprio Congresso
Alguns líderes consideraram, ainda, um aviso aos próprios congressistas. Algo do tipo: "Comigo vocês são felizes e recebem as emendas".
Lá fora
Agentes financeiros têm ampliado as conversas com o PT porque acreditam que, num cenário pós-guerra, o país precisará de alguém capaz de levar o jogo da diplomacia internacional para o ESG — sigla em inglês para meio ambiente, olhar social e governança — em busca de uma economia mais sustentável. E muitos consideram que o atual governo não tem o perfil para renovar a visão internacional a respeito do Brasil nessa seara.
Afunilou
Dois nomes disputam a vaga ao Senado na chapa do ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo: Paulo Skaf e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes.
Projeção caseira/ Puxado por Roseana Sarney (foto), o MDB do Maranhão calcula que conseguirá eleger quatro deputados: Roseana, Hildo Rocha, Edinho Lobão e João Marcelo.
É assim que se faz/ A deputada Bia Kicis (PL-DF) fez questão de pagar a sua passagem para o Rio de Janeiro, no próximo fim de semana, quando irá participar do lançamento da candidatura de Bolsonaro à reeleição. Nada de usar passagens da Câmara para eventos partidários.
Santo recesso, Batman!/ Os analistas econômicos que acompanham de perto os gastos do Executivo respiram aliviados com as férias dos parlamentares. É menos risco de ampliação de gastos ou subsídios.
Nem assim/ Nem o esforço concentrado convocado por Arthur Lira (PP-AL) para a primeira semana de agosto promete encher o plenário. A tendência é que, nesse período de campanha, o Congresso mantenha o registro de presença de forma híbrida.