O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin. Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo afirmou que Fachin “já se intitulou o ditador do Brasil”.
“Fachin não aceita que o nosso pessoal técnico converse como o pessoal técnico deles. Ontem, o Fachin falou que não tem mais conversa com as Forças Armadas. Eu acho que ele já se intitulou o ditador do Brasil. Estou achando há muito tempo. Quem age dessa maneira não tem qualquer compromisso com a democracia”, afirmou Bolsonaro, comentando que quer uma participação ativa das Forças Armadas na comissão de transparência das eleições.
Bolsonaro também teceu comentários contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, respectivamente ex e futuro presidente do Tribunal. Ele caracterizou Barroso como “defensor de terrorista” e disse que Moraes “acha que a caneta dele é o máximo”.
“Deixo bem claro, Fachin foi quem tirou Lula da cadeia, Fachin sempre foi o advogado do MST. Nós sabemos o que está na cabeça dele, bem como Barroso chegou ao Supremo porque defendeu um terrorista argentino, o Battisti. Nós sabemos quem é Alexandre de Moraes também. Ele acha que a caneta dele é o máximo e tem tomado decisões erradas, tanto é que eu anulei a prisão do deputado”, emendou em referência ao perdão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).
O presidente emendou ainda que “o inimigo não é externo, é dentro do Brasil está aqui nessa região dos Três Poderes”.
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“Eu não vou trair a minha consciência. Sei o que está em jogo aqui no Brasil. Nós não queremos que outros poucos países venham mandar aqui, como mandam na Venezuela. É um momento difícil porque o inimigo não é externo, é dentro do Brasil está aqui nessa região dos Três Poderes”.
Em indireta sobre as eleições de outubro, Bolsonaro citou países que caracteriza como socialista e disse que a população “precisa escolher certo” seus presidentes e que a liberdade está sendo “açoitada”.
“O povo tem poder se escolher certo os seus representantes. Se escolher errado, como quase sempre fizeram, a tendência é a gente piorar a vida de todo mundo. Mais importante que a vida é a liberdade e estão vendo ao longo dos últimos anos como essa liberdade está sendo açoitada por quem deveria defender a Constituição. Temos eleições pela frente e o voto é importante, não há a menor dúvida. Mas tem gente que quer eleger determinadas pessoas no grito. Não perceberam isso ainda?”, questionou.
“Peço sempre que façam comparações do meu governo com outros governos anteriores, comparar o Brasil com outros países da América do Sul, Chile, Argentina, Colômbia, se está indo para o caminho certo. Fazer escolhas, escolhas muitas vezes que não é o ideal, é o melhor que tem pela frente, que pode ajudar a solucionar aquele problema”, continuou.
E pediu que os eleitores não sejam isentos politicamente ao votarem nas eleições. “Aquele cara que vota isentão de tudo, bumbum limpinho o tempo todo, causa um mal enorme para o Brasil. Tem que decidir. Eleições de alguns países da América do Sul foi decidido pela omissão”, justificou.
Bolsonaro repetiu que “entrega o poder para qualquer um” desde que as eleições sejam “limpas”.
“Estamos trabalhando com as Forças Armadas, nós temos responsabilidade com o Brasil. A gente entrega o poder para qualquer um, sem problema nenhum. E pode ter certeza, vamos ter eleições limpas no corrente ano. Não vai ser uma pessoa que vai querer falar grosso porque botou uma capa nas costas: 'Eu agora não devo satisfação a ninguém'. Deve sim. Eleição é uma questão do povo e nós queremos é transparência. Queremos a certeza de quem votar, o voto será contado”.
Reunião com embaixadores
A exemplo da última live, o presidente Bolsonaro repetiu que se reunirá com embaixadores de todo o mundo para contar, na sua versão, o que ocorreu nas eleições de 2014 e 2018, que teriam sido fraudadas. Porém, o chefe do Executivo tem dito em diversas ocasiões, desde o início de 2019, ter provas de que ganhou as eleições presidenciais em primeiro turno, no entanto, nunca apresentou nada concreto.
“Essa semana, não sei se vai ser aqui ou em outro local, terei reunião com todos os embaixadores do mundo aqui no Brasil, são mais de 150. Por que isso daí? Para explicar para eles o que aconteceu no segundo turno de 2014, documentado e o que aconteceu no primeiro e segundo turno de 2018, documentado”, completou, citando ainda reunião anterior de Fachin com os embaixadores.
Por fim, Bolsonaro negou querer “dar o golpe” ou que estivesse atacando o sistema eleitoral. “Não vamos reclamar depois das eleições. Então, esse é o primeiro contato, vou convidar o presidente da Câmara, do Senado, exceto aquela esquerdalha podre que nunca vai entrar ninguém aqui, jamais, para a gente começar a mostrar que eu não estou atacando sistema eleitoral nenhum. Não estou querendo dar golpe. O otário que fala isso acho que não enxerga que eu já sou presidente. Vou dar um golpe em mim mesmo? É só um imbecil que fala isso aí”.