Presente na cerimônia de posse da nova presidente da Caixa, o presidente Jair Bolsonaro não citou os casos de denúncia de assédio sexual e moral contra o ex-presidente da instituição Pedro Guimarães, tido como seu aliado. Em discurso, o chefe do Executivo afirmou que, com a nova gestão, "não começa uma nova era" e que "a Caixa continua". Ele também rechaçou a criação de vagas exclusivas para ampliar o número de mulheres em cargos de chefia.
"Não começa uma nova era aqui na Caixa, a Caixa continua", disse. "Tem agora uma presidente, que é competente, que mostrou lá atrás o seu valor, que lutou, que se empenhou. É difícil a gente ver mulher na economia. É difícil. Cuidado, hein, Paulo Guedes. Mas a Dani, o espaço da mulher é em qualquer lugar, não precisa colocar cota para mulher, ela vai pelos seus próprios méritos", completou.
No evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a valorização das mulheres. Ele também não comentou as denúncias contra Guimarães. "Quero homenagear as mulheres que têm feito um trabalho espetacular. A Dani representa o espírito das mulheres. E nós estamos falando isso porque é um tema importante", disse.
"Eu suspeito!"
Mesmo fugindo da temática da solenidade, Bolsonaro aproveitou o espaço para criticar, mais uma vez, o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sem provas, voltou a levantar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. "O [ministro Edson] Fachin disse que as auditorias não servem para mudar o resultado eleitoral. Ora, servem para quê? O que está em jogo? Dá para acreditar no sistema? Que democracia é essa? Quem querem botar no poder? Suspeitar, eu suspeito. Falaram que quem suspeitar terá o registro cassado. Eu suspeito!", disse.
Bolsonaro também alfinetou seu principal adversário político, o ex-presidente Lula, em relação às pautas ideológicas e citou escândalos de corrupção do PT. "Nada cola do lado de lá? É teflon? Ou são as pesquisas fraudadas?"