Sem citar os casos de denúncia de assédio sexual e moral contra o aliado, o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante discurso em evento de posse Daniella Marques, que com a nova gestão “não começa uma nova era” e que, “a Caixa continua”.
“Não começa uma nova era aqui na Caixa, a Caixa continua”, disse. “Tem agora uma presidente, que é competente, que mostrou lá atrás o seu valor, que lutou, que se empenhou. É difícil a gente ver mulher na economia. É difícil. Cuidado, hein, Paulo Guedes. Mas a Dani, o espaço da mulher é em qualquer lugar, não precisa colocar cota para mulher, ela vai pelos seus próprios méritos. Ela, eu tenho certeza, que fará vocês se orgulharem mais ainda da Caixa Econômica Federal”, completou.
O chefe do Executivo ainda alegou que “filosofia sempre muda alguma coisa”. “E a Dani que eu tenho certeza que o trabalho continuará. Lógico, a filosofia sempre muda alguma coisa, mas ela, eu tenho a certeza, que fará cada um de vocês se orgulhar mais ainda dessa, não sua, mas da nossa Caixa Econômica Federal”.
Por fim, parabenizou a Caixa pelo trabalho em meio à pandemia na distribuição do Auxílio Emergencial. “A todos vocês da Caixa, parabéns pelo trabalho que vocês fazem ao longo de 160 anos, pelo que fizeram recentemente na pandemia. Salvaram vidas mesmo não sendo médicos porque a depressão e o desespero matam. Vocês colaboraram muito para evitar mais sofrimento em nosso país”, concluiu.
Daniella Marques fez discurso prometendo valorização das mulheres
Se por um lado Bolsonaro prometeu continuidades, Daniella Marques prometeu mudanças durante a gestão dela na Caixa. A nova presidente do banco destacou o combate "a qualquer tipo de assédio" como prioridade, que a Caixa será "a mãe da causa das mulheres" e que contará com a implantação de ações como denúncias de violência e promoção do empreendedorismo feminino.
“Nossa ampla rede de atendimento vai nos ajudar a viabilizar e efetivar a implantação de ações de políticas que abordem a divulgação de canais de denúncia de violência doméstica, promoção do empreendedorismo feminino, educação financeira, combate a qualquer tipo de assédio. Vou dialogar com a Febraban e outros setores da sociedade. Vou convidar a todos que se juntem a nós nessa causa", disse.
"Uma em cada quatro mulheres ainda é vítima de violência, boa parte delas porque não tem condição de subsistência. Então a gente vai ajudar a denunciar e a gente vai ajudar para que tenham liberdade financeira, que empreendam e sejam independentes", disse.