O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na tarde deste sábado (02/07) do evento evangélico Louvorzão 93, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Ao lado do pastor Silas Malafaia e outros religiosos, a fim de manter o apoio de uma das alas que o elegeu em 2018, o chefe do Executivo apostou em pautas ideológicas caras ao público evangélico como o aborto, drogas e o que chamou de ideologia de gênero: "O que o outro lado quer, nós não queremos", bradou, em referência ao ex-presidente Lula e o PT.
“O Brasil enfrenta, no momento, uma luta do bem contra o mal. Nós sabemos o que o nosso lado quer. O lado do bem quer. Assim como sabemos o que outro lado deseja. O outro lado quer legalizar o aborto, nós não queremos. O outro lado quer legalizar as drogas, nós não queremos. O outro lado quer legalizar a ideologia de gênero, nós não queremos. O outro lado quer se aproximar de países comunistas, o outro lado ataca a família. Nós defendemos a família brasileira. O outro lado quer cercear as mídias sociais, nós queremos a liberdade das mídias sociais”, alegou.
O chefe do Executivo ainda pediu ao público que vote com a “razão” e não com o “coração”.
“Ou seja, tudo o que o outro lado quer, nós não queremos. Isso é o que está em jogo em nosso país nesse momento. Eu peço a Deus que ilumine cada um de você porque nesses momentos difíceis de decisão, onde cada um importa o que vai fazer, não faça baseado no que manda seu coração ou emoção. Faça baseado com sua razão. Eu sempre digo, quem tem dúvida converse com seus pais ou seus avós. São os melhores conselheiros para você que ainda está indeciso no que fazer”, aconselhou.
Bolsonaro se disse “muito grato” ao pastor Malafaia que realizou seu casamento com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e, segundo ele, lhe deu a chance de divulgação e criação do bordão de sua campanha que o acompanha desde então, a frase “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
E comentou sobre a inflação. A exemplo de outros eventos dos quais participou nesta semana, disse que o país está “superando a questão do aumento dos combustíveis”. “Uma lei federal vem fazendo com que os combustíveis caiam por todo o Brasil”, emendou.
Bolsonaro ainda pregou mais uma vez contra o que caracterizou como países comunistas. “Se começar a comparar com países na própria América do Sul, são países que estão indo para a miséria e começaram perdendo sua liberdade. Temos algo mais importante que a própria vida que é a liberdade. Liberdade essa que alguns querem tolher de todos nós”.
“Agradeço a Deus a missão e se essa for a vontade dele, continuaremos juntos por muito tempo modificando o Brasil”, concluiu.
Malafaia também discursou defendendo a reeleição do presidente. Julgou que está "em jogo a liberdade religiosa". "Quero dizer a vocês uma coisa séria, é espiritual. A bíblia manda fazer oração pelos homens que estão em eminência para que tenhamos uma vida quieta e sossegada. Isso está no poder da igreja. Isso é sério, muito sério. O que está em jogo, meu irmão, é nossa nação, é a nossa liberdade religiosa", disse ao pedir oração pelo presidente e ao impor as mãos sobre ele.
"Eu não tô perguntando se você gosta de A ou B”, disse ao ouvir gritos de oposição a Bolsonaro. E completou: "Eu declaro que nós não vamos ter mais corruptos governando esse país. Nós não vamos ter gente que odeia a família, casamento que quer destruir crianças, nós declaramos, Senhor, que o Brasil é do Senhor Jesus. Nós abençoamos o presidente, sua família e os ministros dê a esses homens a graça para governar essa nação".
Mais cedo, Bolsonaro esteve em Salvador, onde participou de uma motociata e discursou em cima de um trio elétrico prometendo “um dos combustíveis mais baratos do mundo”. Outros presidenciáveis também estiveram na cidade como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). As agendas são relacionadas ao dia 2 de julho, quando é comemorada a Independência da Bahia. Ontem, o líder do Executivo também cumpriu agenda em Feira de Santana, Cruz das Almas, Estaleiro Enseada e Maragogipe.