PROJETO DE LEI

'Igual sorvete: chupou, acabou', diz Lula sobre PEC Kamikaze

O ex-presidente discursou a apoiadores neste sábado (2/7) em Salvador, Bahia, onde participa das comemorações do dia da Independência do Brasil na Bahia

Em viagem a Salvador, Bahia, neste sábado (2/7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2022, conhecida como PEC Kamikaze. O pré-candidato disse que os benefícios previstos na lei são "como se fosse um sorvete: chupou, acabou, fica com o palito na mão".

"Agora o presidente está tentando aprovar isso, aprovar isso, aprovar aquilo. R$ 14 bilhões para ver se ele consegue ganhar as eleições", disse Lula em evento com apoiadores peto do estádio Fonte Nova, na capital baiana.

Para o petista, a medida é uma manobra do presidente Jair Bolsonaro (PL) para garantir reeleição.

"E eu queria dizer para ele o que o povo baiano está dizendo para ele: ‘Bolsonaro, aprova suas leis. Porque a gente vai pegar todo o dinheiro que você mandar, mas a gente não vai votar em você. A gente vai votar em outras pessoas, porque o dinheiro que ele está dando agora é só até dezembro'".

Saiba Mais

Salvador é palco hoje para quatro presidenciáveis. Além de Lula, o presidente Bolsonaro, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB) também participam de eventos na cidade, em comemoração ao dia da Independência do Brasil na Bahia. 

Aprovada pelo Senado na última quinta-feira (30/6), a PEC Kamikaze decreta estado de emergência para permitir aumento dos benefícios sociais dados pelo governo federal. Ela amplia o Auxílio Brasil para R$ 600; zera a fila de espera do benefício; amplia o Auxílio Gás para R$ 120; e cria auxílios para caminhoneiros autônomos e taxistas.

Denúncias de assédio sexual na Caixa

Em Salvador, o Lula alternou entre um discurso pronto e momentos de improvisação. Ele citou as denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães.

"As mulheres brasileiras lutam dia a dia uma guerra injusta, recebendo menos salário do que os homens na mesma função. Expostas ao machismo, feminicídio, estupro, e outras formas de violência das quais são vítimas todos os dias no Brasil. Como as mulheres que foram vítimas de assédio pelo presidente da Caixa Econômica", afirmou Lula. "Temos que ser mais duros na apuração e no julgamento dessas pessoas. É mais que urgente construirmos igualdade de direito entre mulheres e homens", destacou.

Ainda acenando ao eleitorado feminino, o ex-presidente lembrou três mulheres que estiveram na linha de frente da Independência do Brasil na Bahia: Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica. Lula também aproveitou a temática para atacar Bolsonaro. "[As mulheres são] desrespeitadas pelo atual presidente da República, que divide as mulheres entre as que não merecem e as que merecem ser estupradas", finalizou.