Uma tradição da política baiana faz com que os quatro principais pré-candidatos à Presidência da República se encontrem, hoje, em Salvador. O feriado estadual de 2 de julho, dia da "Independência da Bahia", terá o líder das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em comício no estacionamento do estádio da Fonte Nova. Seu principal oponente, o presidente Jair Bolsonaro (PL), participa de mais uma motociata, a partir do Farol da Barra.
O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, chegou ontem à capital baiana, para um encontro com o prefeito da cidade, Bruno Reis (União). A representante da terceira via (MDB, PSDB e Cidadania), Simone Tebet (MDB), também desembarcou ontem para visitar as obras sociais de Irmã Dulce.
Lula estará, a partir das 10h30, no evento "Grande Ato da Independência", em que subirá no palanque com o pré-candidato do PT ao governo do estado, Jerônimo Rodrigues — que tenta desbancar o favoritismo do líder das pesquisas locais, o ex-prefeito ACM Neto (União).
Também pela manhã, Bolsonaro se encontra com apoiadores no Farol da Barra, a pouco mais de 6km da concentração petista, de onde a "Motociata da Independência" parte para um passeio pela cidade. Inicialmente, sairia do Dique do Tororó, próximo da Fonte Nova, mas foi transferida por motivos de segurança.
A presença dos quatro presidenciáveis na comemoração baiana obrigou a Secretaria de Segurança estadual a reforçar o policiamento. A Polícia Militar não deu detalhes da estrutura nem como protegerá os pré-candidatos, mas informou que terá mais de mil agentes nas ruas com apoio de mais de 100 guardas municipais.
Lula foi desaconselhado a participar do tradicional Cortejo Cívico no centro da cidade, às 7h, encarado como teste de popularidade por políticos de todos os matizes. Já Ciro e Simone confirmaram presença. Bolsonaro segue para o Rio de Janeiro depois da motociata.
O feriado de hoje comemora a expulsão dos portugueses das terras baianas, em 1823, consolidando a independência do Brasil. Mas, no tabuleiro da política, o estado é chave para quem pretende chegar ao Palácio do Planalto.
Dificuldades
Maior colégio eleitoral do Nordeste, com 10,5 milhões de eleitores, a Bahia tem características que a diferenciam de outras unidades da Federação quando o assunto é eleição. Os pré-candidatos ao governo local apoiados pelos presidenciáveis que polarizam a disputa nacional não vão bem nas pesquisas, lideradas por ACM Neto.
Ciro, porém, tem esperança de aproximar o PDT da candidatura do ex-prefeito. Há duas semanas, disse que "a nossa intenção é apoiar ACM Neto, achamos que é melhor para a Bahia".
Tebet também enfrenta dificuldades para montar palanques no estado. O MDB é da base do atual governador, o petista Rui Costa, e é aliado do PT na disputa estadual. Apesar de o diretório baiano dar apoio formal à senadora, uma ala subirá no palanque de Lula.
Candidato de Bolsonaro, o ex-ministro João Roma (Republicanos) espera pegar carona na moto e na popularidade do presidente para conquistar o eleitorado — tem só 10%, segundo a Real Time Big Data. O mesmo deseja Jerônimo Rodrigues, do PT — com 18% nesta pesquisa —, em relação à presença de Lula.