Bolsonaro convoca militares

No evento que confirmou a candidatura de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo, presidente afirma que Forças Armadas desfilarão em Copacabana, no dia do Bicentenário da Independência, "ao lado do nosso povo"

Ingrid Soares
postado em 31/07/2022 00:01
 (crédito: Ricardo Stuckert)
(crédito: Ricardo Stuckert)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as Forças Armadas participarão "ao lado" de seus apoiadores dos desfiles de 7 de setembro, em Brasília, e, pela primeira vez, no Rio de Janeiro. A convocação ocorreu ontem, durante o lançamento da candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo.

"Nos aproximamos do 7 de Setembro, quando iremos comemorar 200 anos de independência. Mas vamos comemorar também como um marco, para mais 200 anos de liberdade. No dia 7, estarei pela manhã em Brasília, com o povo na rua, com a tropa desfilando. À tarde, queremos, pela primeira vez, inovar no Rio de Janeiro: às 16h, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs Forças Auxiliares estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo. Vamos mostrar que o nosso povo, mais do que querer, tem o direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade", exortou.

No ano passado, na data da Independência, em discurso na Esplanada, Bolsonaro atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente disse, ainda, que a partir daquele momento não obedeceria decisões que partissem do ministro Alexandre de Moraes — que assume o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 16 de agosto.

Na convenção que confirmou a candidatura de Tarcísio, Bolsonaro deixou claro que o próximo 7 de setembro servirá à sua campanha pela reeleição. "O que está em jogo em nossa pátria, o que está em jogo no mundo, é uma nova ordem de mandar no povo e não de comandar como vocês estão vendo até o presente momento comigo na presidência", afirmou. No último dia 24, o presidente convocou seus apoiadores a participarem das manifestações do Dia da Independência "pela última vez".

Bolsonaro fez da convenção do Republicanos mais um palco para a busca do novo mandato. Tanto que além de atacar o STF — chamou os ministros de "surdos de capa preta" —, criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segundo o mais recente Datafolha está na liderança da corrida presidencial com 18 pontos percentuais de vantagem.

"Temos uma luta, no momento, do bem contra o mal. Sabemos que o outro lado quer destruir a família brasileira, liberar as drogas, legalizar o aborto. O outro lado quer desarmar a população. Uma arma de fogo, mais que a defesa da nossa família, é a defesa da nossa nação. Povo armado jamais será escravizado. O outro lado relativiza a propriedade privada. Nós não nos alinhamos com ditaduras pelo mundo. Não me aproximo de Cuba, da Venezuela. Queremos distância dessas ditaduras. Tenho certeza que no dia 2 de outubro todos decidirão pelo bem e pela garantia que a nossa bandeira sempre será verde e amarela", disse.

Partido Novo

Também ontem, o Novo confirmou o nome do empresário Luiz Felipe D'Avila para a corrida presidencial. Seu companheiro de disputa será o correligionário e deputado federal Tiago Mitraud (MG).

A chapa "puro sangue" foi aprovada por membros do diretório nacional do Novo, além de presidentes e vices dos diretórios estaduais. O partido não está coligado a ninguém e a tendência é que, num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, apoie a reeleição do presidente. No mais recentre Datafolha, D'Avila nem sequer pontuou.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags