Na convenção do Republicanos que sacramentou sua candidatura ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas adotou discurso com elogios ao presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político presente na solenidade, e críticas ao PSDB, partido que há 28 anos comanda o Estado. Os tucanos confirmam neste sábado, 30, a candidatura à reeleição do atual governador, Rodrigo Garcia, que assumiu o cargo após a renúncia de João Doria (PSDB).
Tarcísio destacou ao discursar que Bolsonaro tem coragem, é inspirador e "mudou sua vida". "Abriu portas que eu não esperava que um dia seriam abertas. Me levou onde eu nunca pensei estar, onde eu não imaginava. Me deu oportunidade que eu nunca pensei que iria ter", afirmou o agora candidato. "Presidente, o senhor sempre vai contar com minha gratidão, meu carinho e meu respeito", seguiu o ex-ministro, que destacou feitos do atual governo federal para "colar" sua imagem à do presidente.
"Hoje é um dia histórico. Marca o fim de um símbolo, fim de um partido que está há 28 anos no poder. Partido que criou raízes profundas, raízes hoje que impedem o Estado de andar", declarou Tarcísio. O PSDB já teve como governador paulista por quatro vezes Geraldo Alckmin, hoje no PSB e vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto.
Para o ex-ministro, o PSDB "perdeu a sensibilidade". "Esse grupo no momento em que o Brasil passou pela maior dificuldade de sua história recente, o que fez? Aumentou impostos, afastou crianças da escolas, fechou comércio", criticou, em referência às medidas sanitárias impostas na pandemia de covid-19.
Bolsonaro estava acompanhado no evento, que acontece neste sábado na ExpoCenter Norte, em São Paulo, da primeira-dama Michelle, agora participante ativa da campanha à reeleição do chefe do Executivo.
A estratégia de Tarcísio é nacionalizar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para atrair voto "bolsonarista raiz". Seu candidato a vice será Felício Ramuth (PSD), ex-prefeito de São José dos Campos, e a candidatura ao Senado, por decisão de Bolsonaro, ficará a cargo do astronauta Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciência e Tecnologia.
Tarcísio agradeceu seu vice por abrir mão de ser candidato a governador - "Gesto de grandeza" - e fez promessas de campanha: "cuidado com pessoas e geração de empregos", conclusão do Rodoanel e mais rodovias. "Vamos transformar a vida das pessoas. ... Este Estado tão rico está ficando muito desigual", declarou.
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