O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar nesta quinta-feira (28/7) a Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito de professores, alunos, ex-alunos e ativistas da Faculdade de Direito da USP. O documento, assinado por 160 mil pessoas, sugere que a população fique alerta à defesa da democracia e ao respeito ao resultado das eleições. Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo voltou a alegar que banqueiros patrocinaram a carta e que estariam insatisfeitos com o governo por conta da inexistência de taxação do pix.
"Foi no nosso governo a criação do pix. Alguém falou: 'Vamos taxar'. Eu falei 'não tem taxação, não'. Você pode ver que esse negócio de carta aos brasileiros, democracia, os banqueiros estão patrocinando. É o pix que eu dei uma paulada neles. Os bancos digitais também, que nós facilitamos. Nós estamos acabando com o monopólio do banco. Eles estão perdendo o poder”. Em seguida, Bolsonaro emendou: "Qual ameaça que eu estou oferecendo para a democracia?"
Ontem (27/7), durante a convenção do Partido Progressistas, o presidente afirmou que não precisa de "cartinha" para demonstrar seu apoio às instituições. "Vivemos num país democrático, defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia, que queremos, cada vez mais, cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos então de apoio ou sinalização, de quem quer que seja, para mostrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição", afirmou Bolsonaro durante a convenção.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, defendeu Bolsonaro, com alegação semelhante de que banqueiros assinaram manifesto pela democracia em razão da perda de arrecadação de R$ 40 bilhões devido ao pix.
"Então, presidente, se o senhor faz alguém perder R$ 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor", disse Ciro Nogueira, via Twitter.
O documento foi defendido e assinado por nove ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros 259 magistrados apoiaram o documento. Entre os ministros aposentados da Corte estão: Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Sepúlveda Pertence e Sydney Sanches.
Além disso, grandes nomes de empresas e bancos brasileiros também assinam o texto como Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco) e Guilherme Leal (Natura) e cineastas como Fernando Meirelles e Jorge Furtado.
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