Líder na corrida presidencial, o PT busca consolidar os apoios estaduais, principalmente com as legendas de centro. Há meses, o PT mantém diálogo com o MDB e o PSD, mas o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mira novos alvos: o União Brasil e o PSDB.
Mas há dificuldades nessa estratégia. Apesar das investidas sobre Luciano Bivar, presidente do União Brasil e pré-candidato à Presidência da República pelo partido, interlocutores petistas afirmam que a negociação está emperrada. A ideia é convencer Bivar a desistir da candidatura ao Palácio do Planalto e estreitar as alianças regionais com a federação que sustenta o palanque de Lula.
A preocupação de Bivar, no momento, é manter o maior número de filiados no União Brasil em torno de um nome do partido, a fim de evitar uma debandada à candidatura de Bolsonaro. Para isso, o dirigente quer manter uma postura isenta da polarização e deixar os integrantes do partido definirem os apoios individualmente.
No entanto, a decisão não impede a busca, pelo PT, das articulações com líderes estaduais. No Pará, por exemplo, o senador Paulo Rocha iniciará a aproximação para tentar uma aliança com o União Brasil. O partido manifestou "apoio irrestrito" à reeleição de Helder Barbalho (MDB) para o governo do estado. Barbalho também tem o aval do PT para a disputa, o que facilita o start nas conversas.
O mesmo ocorrerá no Amapá, de acordo com fontes ouvidas pelo Correio. A conversa faz parte de uma estratégia maior, com pensamento no futuro, no sentido de abrir espaço para a consolidação do apoio em um eventual segundo turno nas eleições nacionais.
Órfãos do PSDB
Há uma frente em São Paulo, comandada por Geraldo Alckmin (PSB), para tentar trazer os "órfãos do PSDB" para o lado petista. O foco será nos antigos aliados do ex-tucano e do grupo ligado a Mário Covas.
Apesar do esforço para tentar alinhar o apoio, fontes do PSDB indicam que essa escolha só irá acontecer após a definição para o segundo turno. “Depende de como o Rodrigo (Garcia) vai ficar. Se o Rodrigo for com o PT (para segundo turno) fica inviável qualquer apoio. Essa é uma coisa para se pensar no segundo turno, principalmente na esfera estadual”, explicou um parlamentar tucano.
O União Brasil decidiu apoiar Rodrigo Garcia (PSDB) em convenção, em São Paulo, nesta semana. Interlocutores do PT dizem ser impossível o partido se aproximar de Haddad neste momento. O governador perdeu “o timing” para agregar o centro à sua campanha quando não trabalhou para uma ampliação, mas se voltou aos partidos menores de esquerda.
“Essa turma (do União Brasil) está toda com o Rodrigo (Garcia). Pode ir com o PT no nacional porque é antibolsonaro, mas no estadual não vai com o Haddad. A aliança dele com o Alckmin é com um tucano muito isolado. É uma ampliação de uma simbologia pouco consistente do que de fato amplia”, explicou um aliado de Lula, reservadamente, ao Correio.
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