O ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, afirmou que respeita a Carta Democrática Interamericana. O documento é um compromisso coletivo de fortalecer e preservar o sistema democrático no continente.
"Da parte do Brasil, manifesto respeito à Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Carta Democrática Americana e seus valores, princípios e mecanismos. Devemos sempre buscar a consolidação e a preservação de processos democráticos em nossa região, princípio basilar para o desenvolvimento, a estabilidade e a solidariedade, com garantia de seguranças mútua em nosso hemisfério", discursou, na abertura da XV Conferência de Ministros da Defesa das Américas (CMDA), sediada em Brasília.
A declaração de Oliveira ocorre dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacar o processo eleitoral brasileiro em reunião com mais de 70 embaixadores estrangeiros.
Na breve manifestação, o general também disse que o governo vai assinar, amanhã, a Declaração de Brasília como os representantes dos 34 países integrantes da CMDA.
Participante do evento, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, reforçou os recados enviados pelo governo americano após a reunião de Bolsonaro com embaixadores. Ele cobrou respeito à democracia e afirmou que as Forças Armadas devem permanecer "sob o firme controle civil".
"Nossos países não estão apenas unidos pela geografia. Também nos aproximamos por nossos interesses e valores comuns, por nosso profundo respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana, nosso compromisso com o Estado de direito e nossa devoção à democracia", enfatizou. "Esse espírito é capturado por nossa Carta Democrática Interamericana. E continuaremos a trabalhar para cumprir sua promessa total. Quanto mais aprofundamos nossas democracias, mais aprofundamos nossa segurança", acrescentou.
O discurso de Austin se soma aos posicionamentos do porta-voz da Casa Branca, Ned Price, e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Ambos rebateram os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e defenderam as urnas eletrônicas, classificadas como "um modelo para o mundo".
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