A convenção do PL, marcada para homologar a chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu vice, Walter Braga Netto (PL), no domingo (24/7) no Rio de Janeiro, vai focar nos jovens. Essa parcela da população, na faixa etária entre 16 e 24 anos, representa 14% do eleitorado. São mais de 21 milhões de votos, que, em sua maioria, tem rejeição ao chefe do Executivo. Somente 17% avaliam positivamente o governo — conforme pesquisa Datafolha de junho.
O megaevento no Ginásio do Maracanãzinho, no qual são esperadas mais 10 mil pessoas, terá solenidade enxuta e tom jovial. Dando continuidade a uma linha que Bolsonaro já vem demonstrando no Twitter, de dialogar com a juventude, os organizadores prepararam atrações pontuais para provocar interação nas redes sociais durante o ato. Cabines de fotos e salas para gravações de vídeos destinadas ao TikTok serão espalhadas pelo local.
Apoiadores do governo, como as deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), além dos filhos parlamentares do presidente — o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) —, são alguns dos nomes que aproveitarão o tamanho de suas redes sociais para subir mídias durante o convenção, com a hashtag capitaodoPovoDay.
A dupla sertaneja Mateus e Cristiano cantará no palco o jingle que classifica o presidente de "capitão do povo". Os artistas têm 70 mil seguidores nas redes.
No discurso, Bolsonaro fará acenos, ainda, ao eleitorado feminino, no qual também sofre forte rejeição — de 61%, também segundo o Datafolha de junho. Ele deve ter no palco a companhia de várias mulheres — entre as quais, Zambelli, Kicis e as ex-ministras Damares Alves (Republicanos-DF), que desistiu da candidatura ao Senado e ainda não definiu se concorrerá nas eleições; e Flávia Arruda (PL-DF), que tentará mandato de senadora.
No evento, previsto para ter curta duração, a única pessoa que discursará além do presidente é a primeira-dama Michelle, também de olho no voto das mulheres. A fala dela deve ser curta e acompanhada de uma oração.
Ameno
O discurso de Bolsonaro será escrito pelo próprio presidente, com o assessoramento do filho 01, Flávio Bolsonaro, o que deve contribuir para um tom mais ameno.
O marqueteiro do PL, Duda Lima, vem pedindo para o chefe do Executivo adotar uma postura menos agressiva, principalmente em relação às eleições. Segundo interlocutores, declarações contra o pleito, como as feitas por ele na reunião com embaixadores estrangeiros, na segunda-feira, não vão atrair mais votos e ainda desgastam sua imagem.
A ideia da equipe de campanha é que a convenção marque um novo padrão de discurso de Bolsonaro até as eleições, destacando as realizações do governo, mas auxiliares do presidente e analistas políticos não acreditam que ele conseguirá manter o "modo campanha" durante todo o período eleitoral.
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