Duas alas internas do PT, a Articulação de Esquerda, comandada por Valter Pomar, e a Democracia Socialista, coordenada por Joaquim Soriano, continuam contra a aprovação de Geraldo Alckmin como vice de Lula nas eleições presidenciais de 2022. Eles se posicionaram contrários, novamente, nesta quarta-feira (20/7), durante Encontro Nacional do partido. O evento antecede as convenções partidarias para estabelecer o resultado da votação para eleger a chapa presidencial.
Apesar das convenções, o PT realiza também esse evento que é uma forma de coordenar as diferentes frentes estaduais. Mesmo com a decisão positiva do diretório nacional do partido, delegados — eleitos em encontros democráticos nos estados — decidiram, com 599 votos a favor, 34 contra e duas abstenções, pela manutenção do nome de Alckmin como vice de Lula.
O evento, feito pela primeira vez de forma online, é realizado para alinhar as divergências de dentro do partido. Por esse motivo, as convenções do PT, segundo os membros da sigla, são apenas uma formalidade.
“A convenção é formal, as pessoas só vão homologar o que está decidido no encontro. Hoje, está sendo decidida politicamente a polêmica em relação ao nome, porque o encontro [democrático] é a instância máxima”, explicou o deputado Geraldo Magela (PT-DF).
Segundo Alencar Santana (PT-SP), a presença de Alckmin na convenção, na quinta-feira (21), tem como objetivo representar a chapa presidencial que se formou com Lula. O ex-presidente não irá participar porque está cumprindo agenda em Pernambuco, estado no qual a chapa com o PSB está enfrentando problemas no fortalecimento.
"É o partido do Lula, mas a sua ausência no evento não o torna menor, na verdade engrandece e mostra que não é só do PT, mas de aliados. Alckmin discursará em sintonia com o momento que exige democracia, que é um momento histórico, é uma das eleições mais importantes pós-democratização. Se querem revanche contra a democracia, nós temos a obrigação do reencontro. Lula e Alckmin simbolizam bem aquela geração de outro campo político [quando houve a separação definitiva entre direita e esquerda, com a Constituinte]. Garantem o reencontro e somam forças frente ao autoritarismo”, explicou Santana.
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