A convenção do Partido dos Trabalhadores (PT) está marcada para quinta-feira (21/7), em São Paulo, mas não terá presença do principal nome do partido. Lula, que está cumprindo agenda em Pernambuco, não estará no evento. O vice da chapa, Geraldo Alckmin (PSB), o representará.
Os compromissos de Lula nos dias 21 e 22 de julho já estavam marcados há algum tempo, e a preferência do ex-presidente em não desmarcar a viagem foi estratégica para o PT. A chapa pernambucana, formada na capital pela aliança com o partido da base (PSB), Danilo Cabral, e o partido da federação da esquerda (PCdoB), Luciana Santos, precisa ser reforçada.
O pré-candidato não tem conseguido atingir dois dígitos nas pesquisas eleitorais do estado — Cabral está em quinto lugar no ranking para disputa ao governo, com pontuação em torno de 5%. De acordo com políticos do diretório petista, a convenção é apenas uma homologação para a sigla. “O voto do partido com Lula e Alckmin foi na consolidação da chapa [em maio deste ano], em evento aberto, com a militância presente. Agora é outro momento, Lula está fortalecendo os vínculos com o povo brasileiro”, disse Alencar Santana (PT-SP).
Desaprovação local
O resultado pífio tem ocorrido pela preferência, inclusive da militância petista, pelo nome de Marília Arraes. Em primeiro lugar nas pesquisas, ela tem atingido em torno de 44%, a ex-pessedebista deixou o PT este ano para ingressar no Solidariedade e também concorrer para governadora. A saída se justificou pelo acordo que o PT fez com o PSB, em Pernambuco, para fechar o apoio a Lula. O senador Humberto Costa (PT) retirou a candidatura local para que a composição com o PSB como cabeça de chapa e PT para Senado fosse consolidada.
A demonstração de desagrado não tem ocorrido somente nas pesquisas. No primeiro ato de Lula em Garanhuns, interior do estado, enquanto os pré-candidatos, Cabral e Tereza, falavam, a plateia começou a gritar o nome de Marília. “Foi uma cena de constrangimento”, disseram políticos presentes no evento. Em nota, Arraes disse que não comentaria sobre o episódio, no entanto “lamenta que o PSB submeta o presidente Lula a tamanho constrangimento em Pernambuco. Os fatos e o apelo popular por seu nome durante o evento da Frente Popular, na cidade, falam por si”, registraram.
O restante da agenda foi cumprida por Lula, Alckmin e apoiadores. Começou com a visita à réplica da casa habitada pelo ex-presidente até os sete anos, em Caetés, e seguiu para outro ato em Serra Talhada. Hoje, Lula receberá a medalha de Mérito Aloísio Magalhães, pela Câmara Municipal de Olinda, que significa os avanços sociais alcançados em seus anos de mandato, principalmente pelo combate à fome. No final da tarde, cumprirá mais um ato, dessa vez na capital, Recife.
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