Justiça determina mais apuração do caso Arruda

Correio Braziliense
postado em 20/07/2022 00:01
 (crédito: Divulgação)
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O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu (PR), devolveu à Polícia Civil o inquérito sobre o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, ocorrido em 9 de julho. A Justiça determinou novas diligências, pedidas pelo Ministério Público do Paraná, como a perícia no celular do autor dos disparos contra o petista, o agente penitenciário bolsonarista Jorge Guaranho.

A decisão foi publicada três dias após a conclusão do caso pela polícia. O inquérito foi finalizado em apenas cinco dias — antes da divulgação de dados contidos no celular de Guaranho — e concluiu não haver indícios que apontem crime político.

"Determino o retorno do inquérito policial à delegacia de polícia, via remessa off-line, para o urgente cumprimento das diligências investigativas requisitadas pelo Ministério Público, ressalvando que a aplicação do art. 16, do CPP (Código de Processo Penal), não afasta a observância dos exíguos prazos processuais na tramitação de inquéritos de indiciado preso", escreveu o juiz.

Segundo o Ministério Público, as apurações no celular de Guaranho podem mudar os rumos do processo. O mandado de busca e apreensão do aparelho foi cumprido um dia antes da conclusão do inquérito. As informações contidas no telefone devem auxiliar na investigação e identificar se houve participação indireta de outras pessoas no crime.

Além de não incluir a perícia do celular de Guaranho, o relatório final da polícia não contém as análises do carro do suspeito nem das câmeras de segurança do local do crime.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná disse que vai cumprir "rapidamente" as diligências. "As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada; por enquanto, sem previsão de conclusão", informou.

Vigilante morto

A Polícia Civil deve realizar uma perícia no celular do vigilante Claudinei Coco Esquarcini, de 44 anos, encontrado morto no último domingo, na cidade de Medianeira, no Paraná. Ele era o responsável pela vigilância das câmeras de segurança da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), em Foz do Iguaçu, na noite do assassinato de Arruda. A principal suspeita é que o homem tenha tirado a própria vida.

Esquarcini seria o "responsável pelo fornecimento de senhas" das câmeras de segurança do local e teria sido por meio dele que Guaranho conseguiu acesso às imagens da festa de Arruda.

O MP do Paraná afirmou que ainda não é possível dizer se há relação entre a morte do vigilante e o assassinato do petista. "Se for constatado, no curso do inquérito, que o caso tem alguma relação com a morte de Marcelo Arruda, o MP analisará que providências adotar", diz em nota.

Arruda foi morto por Guaranho enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT. O atirador invadiu o local gritando "aqui é Bolsonaro" e "mito" e baleou o petista. O guarda municipal ainda conseguir revidar, e atingiu o agente penitenciário, que segue internado.

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