Um encontro de prefeitos do MDB no Rio Grande do Sul concretizou o apoio ao ex-governador Eduardo Leite (PSDB). E por um placar expressivo: 52 a favor do tucano contra 10, que reafirmaram adesão à pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza, representante do partido na corrida ao Palácio Piratini.
Essa é uma das razões pelas quais a ala lulista do MDB não tem força para, já no primeiro turno, levar a legenda embarcar na candidatura do petista. Isso poderia implodir vários acordos locais, além de inviabilizar a aliança do MDB com PSDB e Cidadania para a conquista de governos importantes para os três partidos — além do Rio Grande do Sul, São Paulo é a cereja do bolo para tucanos e emedebistas.
Apontado como um dos articuladores do apoio a Leite, Germano Rigotto — ex-governador gaúcho e, hoje, coordenador do plano de governo da campanha de Tebet — diz que o momento é de construir consensos. Mas ressalta que é fundamental uma união pelo centro.
"A candidatura de Souza representaria uma divisão do centro com o Eduardo Leite", sentencia. O recado vai na direção de figuras de peso do MDB gaúcho — como os também ex-governadores Pedro Simon e José Ivo Sartori, além do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo —, que lançaram um manifesto pela candidatura própria, na semana passada.
Questionado sobre a posição dos 11 diretórios estaduais do partido que forçam a adesão à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rigotto atribuiu tal decisão a lideranças isoladas. "São defecções regionais e, na medida em que a Simone crescer nas pesquisas, elas refluem", previu.
Para o ex-governador, abandonar a campanha da senadora não representa a base do partido, mas sim de algumas lideranças locais estados. Segundo Rigotto, "com a visibilidade do horário eleitoral, (Tebet) se apresentará como uma alternativa real.
A ala MDB pró-Lula, inicialmente concentrada no Nordeste, mas se espalhando por Norte e Sudeste, sabe que não terá votos para tirar Tebet da disputa. Mas manterá o apoio ao petista no primeiro turno, com anuência do partido.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas, disse que os lulistas entendem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "flerta com o autoritarismo e cria um clima de insegurança no país". Para ele, que participou da conversa com petistas em São Paulo, a polarização da eleição nacional contaminou as disputas estaduais e, por isso, o MDB deve adotar uma postura incisiva contra o bolsonarismo. (Com VD)
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