Após as lideranças de 11 estados terem declarado apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao invés da pré-candidata do próprio partido, a senadora Simone Tebet, a legenda deve enfrentar outros conflitos regionais.
No Rio Grande do Sul o cenário de migrações deve ser intenso. Na segunda-feira, um encontro de prefeitos do partido no estado revelou um apoio expressivo ao ex-governador Eduardo Leite. Por 52 votos a 10, os dirigentes municipais se declararam favoráveis à candidatura do tucano para o Palácio Piratini. Os 10 contrários preferiram reafirmar o apoio ao pré-candidato da legenda ao governo gaúcho, o deputado estadual Gabriel Souza.
A candidatura de Souza tem gerado controvérsia no partido, pois houve uma sinalização das cúpulas nacionais pelo apoio do MDB a Leite, no Rio Grande do Sul. Entretanto, figuras de peso do partido, entre as quais os ex-governadores Pedro Simon e José Ivo Sartori, além do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lançaram um manifesto pela candidatura emedebista na última semana.
Apontado como um dos articuladores do apoio a Eduardo Leite, o ex-governador Germano Rigotto diz que o momento é de construir consensos. Mas ressalta que acredita ser fundamental uma união pelo centro. “A candidatura de Souza representaria uma divisão do centro com o Eduardo Leite”, observa Rigotto, que foi vice na chapa de Henrique Meireles em 2018 e hoje é coordenador do plano de governo da campanha de Tebet.
Rigotto ressalta que a convenção do partido, no próximo dia 31, vai decidir a posição do MDB gaúcho.
"Defecções regionais"
O colaborador da campanha de Tebet minimizou o apoio de 11 diretórios estaduais do MDB ao ex-presidente Lula. Ele atribui o posicionamento a lideranças isoladas de cada uma dessas regiões: “São defecções regionais, e, na medida que a Simone crescer nas pesquisas, elas refluem”, avaliou. Segundo Rigotto, a decisão de abandonar a campanha de Tebet não manifesta a vontade da base do partido, e sim de algumas lideranças daqueles estados.
Para Rigotto, Tebet tem o DNA do MDB e “deve vencer a polarização". "Com a visibilidade do horário eleitoral, ela se apresentará como uma alternativa real”, acredita o ex-governador. O caminho é construir o entendimento dentro do MDB e de unidade pelo centro, tanto no nível local quanto nacional.
Em nota, Gabriel Souza informou que continua pré-candidato ao governo do estado. Disse ainda que não fará declarações antes da convenção estadual. Eduardo Leite informou, por assessoria, que não iria se pronunciar.
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