O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou por telefone, nesta segunda-feira (18/7), com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A agenda foi confirmada pelo líder ucraniano por meio das redes sociais. No Twitter, Zelensky afirmou que informou ao brasileiro sobre a situação da guerra no país do leste Europeu, disse que os dois líderes discutiram a importância de retomar as exportações de grãos e pediu a união de sanções dos parceiros comerciais contra a Rússia.
Had a conversation with President of Brazil @jairbolsonaro. Informed about the situation on the front. Discussed the importance of resuming ???????? grain exports to prevent a global food crisis provoked by Russia. I call on all partners to join the sanctions against the aggressor.
— ????????? ?????????? (@ZelenskyyUa) July 18, 2022
"Informei sobre a situação no front. Discuti a importância de retomar as exportações de grãos ucranianos para prevenir uma crise global dos alimentos provocada pela Rússia. Eu peço que todos os parceiros comerciais se unam às sanções contra o agressor", escreveu.
“Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe esta possibilidade. A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo”, afirmou na data.
“Vou dar minha opinião a ele do que eu acho. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso… Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí. A gente lamenta. A verdade são coisas que doem, machucam, mas você tem que entender”, completou na ocasião.
Segundo Bolsonaro, foi Zelensky quem o procurou: “Foi ele que buscou conversa conosco. E eu disse, de imediato, que conversaria com ele, sim. Ele tem um país grande para administrar. Tudo que foi acordado com o presidente Putin está sendo cumprido. Da minha parte e da parte dele. Vou conversar bastante com ele. É uma liderança e vou dar minha opinião para ele”.
Saiba Mais
Essa foi a primeira vez que Zelensky e o chefe do Executivo conversaram desde o início da invasão russa na Ucrânia. No dia 27 de fevereiro, Bolsonaro afirmou que a população da Ucrânia confiou a “um comediante” os destinos da nação, se referindo a Zelensky.
“Como o Zelensky, que é um comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, eu acho que o povo confiou nele pra traçar o destino de uma nação”, afirmou. No dia seguinte, disse que “não tem o que conversar” com o presidente ucraniano. Na data, o encarregado da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, dizer que o chefe do Executivo brasileiro está "mal informado" sobre a guerra e sugerir que Bolsonaro dialogasse com o presidente ucraniano.
“Alguns querem que eu converse com Zelensky, o presidente da Ucrânia, eu, no momento, não tenho o que conversar com ele. Eu lamento, se depender de mim, não teremos guerra no mundo”, enfatizou na data.
“Solidariedade”
Horas antes do telefonema, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) comentou nesta segunda a respeito do conteúdo da conversa de Bolsonaro com Zelenski. O general caracterizou a agenda como “solidariedade”.
“Eu acho que é solidariedade à situação que a Ucrânia está vivendo, situação difícil. A infraestrutura do país sendo destruída pelo conflito. Acho que é mais ou menos por aí que o presidente vai conversar”.
Mourão também apontou a possibilidade de ajuda humanitária. “Questão de ajuda humanitária, se for o caso. Já tínhamos oferecido desde o começo para receber refugiado ucraniano, temos colônia ucraniana aqui no Brasil, lá no Paraná. Então acho que vai ser por aí a conversa”, concluiu.
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