Em discurso no culto da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus (CONAMAD), evento evangélico, em Juiz de Fora (MG), o presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu ataques ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin. O magistrado comanda a Corte até o próximo mês, quando assume o ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro relembrou que o presidente eleito este ano poderá escolher outros dois integrantes do Supremo. “A gente vai mudando essas pessoas que chegaram lá por indicação político partidária. Quem foi que tirou o Lula da Cadeia? Foi ministro Fachin. E onde está o ministro Fachin? Conduzindo o processo eleitoral. Suspeição, ou não é? Qualquer aluno do primeiro semestre de Direito diz que é suspeição”, alegou.
A decisão envolvendo Lula, porém, foi votada pela Corte e venceu por oito votos a três no STF.
Apesar de não ter citado diretamente o ministro Alexandre de Moraes, o presidente disse que "tem alguns lá naquela Praça dos Três Poderes que querem ter o poder absoluto".
"Essa função que eu ocupo, aprendo todo o dia. Cedo também. É difícil ceder? É difícil ceder. Não é bom ser contrariado? Não é bom, mas eu estou numa função onde eu não sou dono do poder, eu faço parte do poder. Sabemos que tem alguns lá naquela Praça dos Três Poderes que querem ter o poder absoluto. Eu venho falando: essas pessoas podem muito mas não podem tudo”.
Bolsonaro também comentou a graça presidencial concedida ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) após condenação pela Suprema Corte a mais de oito anos de prisão sob a acusação de atentar contra a democracia.
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"Vocês acham que a decisão que eu tomei há poucos meses, depois do STF ter condenado um parlamentar a 9 anos de cadeia iniciando em regime fechado foi fácil da minha parte? Mas eu não poderia me omitir. ‘Ah, não é comigo. Deixa para lá’. Até que chega em você um dia”.
“Em menos de 24 horas, assinei o decreto anistiando esse parlamentar. Nessa decisão que me levou entre a sentença e a minha decisão não faltou gente do meu lado: ‘não se mete, você vai afrontar o outro poder. Pode boicotar você’. Falei: ‘Mais do que tem boicotado até agora?”, relatou. Ainda no evento, relembrou a facada recebida em 2018 durante a pré-campanha.
Também acompanharam o presidente em comitiva o pré-candidato ao governo de Minas, o senador Carlos Viana (PL), o deputado federal Daniel Silveira (PTB) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Bolsonaro chegou em Juiz de Fora sob forte esquema de segurança da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal.
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