O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ontem, que antes da morte do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, houve um conflito entre ele e o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. Ele ainda criticou os convidados da vítima que estavam na festa de aniversário, dizendo que "petistas encheram a cara do atirador de chutes".
"Grande parte da imprensa mostrou o tiroteio dentro do recinto, mas não mostrou o que aconteceu lá fora. Nada justifica a troca de tiros. Nada justifica. Mas lá fora está sendo concluída a investigação pela Polícia Civil. Talvez concluam hoje (ontem), talvez tenha uma coletiva, para a gente ver que teve problema lá fora", ressaltou, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. "O cara que morreu, estava lá fora e jogou uma pedra no vidro no carro do lado de fora. Ele voltou e começou aquele tiroteio, onde morreu o aniversariante. O outro foi ferido, ficou caído no chão, e o pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele de chutes."
Bolsonaro ainda ironizou: "A violência dos petistas era violência do bem. Chute na cara de quem está caído no chão. A gente não sabe direito o que aconteceu, mas as imagens demonstram os atos de violência dentro do recinto. Se esse cara morre, vamos supor, de traumatismo craniano, e não por causa de ferimento à bala, esses petistas que chutaram a cara dele lá vão responder por homicídio".
O presidente tentou amenizar a situação ao participar, ontem, de uma chamada de vídeo com dois irmãos de Arruda — Luís e José, apoiadores de Bolsonaro. O emissário do Palácio do Planalto foi o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) e, durante a conversa, o presidente procurou se esquivar da acusação de estimular a violência que culminou no assassinato do dirigente petista.
Luiz concordou com Bolsonaro, criticou os partidos de esquerda, explicou que não gostaria de ver o episódio ser explorado politicamente pelo PT e disse não gostar da presidente do partido, deputada Gleisi Hoffman (PR), que compareceu ao velório de Marcelo.
A viúva do dirigente petista, Pâmela Suellen da Silva, criticou o contato de Bolsonaro com os irmãos do marido — com os quais não teria proximidade. Segundo ela, não recebeu do presidente qualquer gesto de solidariedade.
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