INVESTIGAÇÃO

"Precisamos obter conclusão do inquérito", diz Aras sobre morte de petista

Partidos pediram para PGR federalizar investigação a respeito do assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu

Luana Patriolino
postado em 12/07/2022 21:25 / atualizado em 12/07/2022 21:33
 (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
(crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que aguarada elementos suficientes para federalizar a investigação a respeito do assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, tesoureiro do PT. A declaração ocorreu após reunião com os partidos de oposição, nesta terça-feira (12/7).

“Precisamos obter a conclusão do inquérito para analisar se há ou não possibilidade técnica para fazer o requerimento de federalização. Lembrando que há precedentes que houve requerimentos antecipados e que não houve êxito nesses requerimentos feitos ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, declarou, em entrevista ao final da audiência.

Aras disse que espera a conclusão do inquérito para a próxima terça-feira e que, a partir daí, poderá se manifestar sobre a responsabilidade da apuração. “É preciso entender especialmente a motivação, as circunstâncias, para ver se os fatos atraem a competência da Justiça Federal”, afirmou.

O encontro também tratou do aumento dos casos de violência política no país, da relação entre os episódios recentes e o discurso de ódio, além de medidas para proteger a democracia e o resultado das eleições deste ano.

Na reunião, Augusto Aras destacou que deve-se respeitar a atribuição de cada instituição. “A força do Estado está nas instituições atuarem dentro de suas atribuições e dentro dos limites estabelecidos pela Constituição e pelas leis. E o Ministério Público ratifica seu compromisso com o ordenamento jurídico brasileiro”, disse.

Escalada da violência

O PT e partidos de oposição apresentaram à PGR um pedido de providências sobre os casos de violência política no país e um relatório da escalada do ódio por conta da polarização política. As siglas sustentam que a discussão sobre a morte do guarda municipal deve ser federal por se tratar de um crime político. Eles ainda destacam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) incita o comportamento hostil dos apoiadores.

“Violência política dentro do atual contexto marcado pela intolerância — incentivado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores. Nesse sentido, não se pode ignorar que o agressor agiu, exclusivamente, por convicções ideológicas — quiçá incentivado por falas que já prenunciaram o objetivo de “metralhar a petralhada” —, até porque sequer conhecia a vítima”, escreveram.

O documento é assinado por PT, PSol, Rede, PSB, PCdoB, PV e Solidariedade e detalha o crescente número de casos de violência política no Brasil.

“Em tal direção, para além de um crime bárbaro de homicídio, o caso em tela exala uma repugnante violência política, apta a corroer a própria democracia brasileira, se não for combatida com firmeza. Por esse motivo, a confiabilidade das instituições públicas envolvidas na persecução penal — Polícia, Ministério Público, Poder Judiciário —, deve ser cuidadosamente observada”, argumentaram as siglas.

O guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda foi morto a tiros, no último sábado, em Foz do Iguaçu (PR), pelo policial penal Jorge Guaranho enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT. O atirador invadiu a festa gritando "aqui é Bolsonaro" e "mito" e baleou o guarda municipal.

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