O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho – que executou a tiros o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda – já defendeu em suas redes sociais uma forte punição para qualquer ação violenta.
O crime aconteceu na noite desse sábado (9/7), em Foz do Iguaçu, no Paraná, durante a festa de aniversário de Arruda com temática petista. Ele completou 50 anos no dia da sua morte.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o agente penitenciário também foi alvejado por Arruda e está internado em estado grave. Nas redes sociais, ele afirma ser cristão e conservador, possui várias publicações pró-governo e endossa o discurso a favor do armamento da população, além de se posicionar contra o aborto e as drogas.
Em dezembro de 2018, Guaranho compartilhou uma notícia no Facebook sobre um projeto de lei que visava o aumento da pena para quem maltrata animais. Na legenda, ele escreveu que "todo tipo de violência deve ser firmemente punido, seja contra os homens, seja contra os animais indefesos".
Em janeiro do ano seguinte, na mesma rede social, o policial, que diz ser 200% Bolsonaro, fez uma publicação pró-armamentista. "Estão criticando quem quer arma (...) e que pobre não pode comprar. Será que eles sabem quanto custa um iPhone?", escreveu.
Com inúmeras críticas à esquerda, o policial penal também já questionou a qualidade da educação universitária. "As universidades públicas viraram um puxadinho do PT. E ainda tem gente que diz que não existe doutrinação", criticou em uma publicação feita em outubro de 2018.
O crime
Além de tesoureiro do PT municipal, Arruda era guarda municipal e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Ele comemorava o aniversário na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo uma testemunha que estava no local, o policial penal passou de carro e começou a entoar gritos de apoio a Bolsonaro e contra Lula. Ainda conforme o relato, Guaranho estava com uma mulher e um bebê no carro e apontou a arma em direção à festa por volta das 23h30. Ele chegou a ir embora, mas voltou após cerca de 15 minutos e atirou contra o petista, que também estava armado e conseguiu revidar.
"Aí o cara chegou em cima do Marcelo e deu outro tiro para executar ele. O Marcelo conseguiu se virar e deu cinco tiros no cara. Se não fosse isso, o cara tinha feito uma chacina lá na festa", completou a testemunha.
Bolsonarista na UTI
O agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu a festa de aniversário e matou Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, sobreviveu e está internado, em estado grave, na UTI de um hospital de Foz do Iguaçu. A informação foi confirmada na tarde deste domingo (10/7) pela delegada Iane Cardoso, da Polícia Civil do Estado do Paraná, em coletiva de imprensa.
Para a polícia, Jorge e Marcelo se conheciam, mas ainda não há indícios de que tenha havido divergências anteriores. "Ao que tudo indica, ele não era convidado da festa. Estamos verificando porque ele foi até aquele local", informou.
Saiba Mais
- Política Dirigente petista é assassinado em discussão política no Paraná
- Política "Duas famílias perderam seus pais", lamenta Lula sobre briga política no Paraná
- Política Candidatos e parlamentares reagem a assassinato de petista no Paraná
- Política Bolsonarista acusado de matar petista está internado e preso no hospital
- Política Vídeo mostra momento em que dirigente do PT é assassinado por bolsonarista
- Política Simone Tebet diz que Garcia vai apoiar candidatura de Bivar a presidente
- Política Bolsonaro: Dispensamos apoio de quem pratica violência contra opositores
- Política Alexandre de Moraes: 'Intolerância e ódio são inimigos da democracia'
- Política Assassino que matou petista defendia armas e falava em limpar o Brasil
- Política Vídeo: apoiador de Bolsonaro discute com dirigente do PT antes de matá-lo
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.