O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) disse que vai ingressar com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Conselho de Ética do Senado Federal, na próxima segunda-feira (11/7), para que sejam apurados os fatos relacionados à afirmação do senador Marcos do Val (Podemos-ES) de que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto — as polêmicas e pouco transparentes RP9 — por ter apoiado a campanha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado, em fevereiro de 2021.
Em entrevista dada ao Estado de S.Paulo, Do Val disse ter sido informado sobre a verba por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), articulador da campanha de Pacheco ao comando do Senado, após o resultado da disputa. "Distribuição de dinheiro público como gratificação por voto não é só imoral. É crime!", afirmou Vieira, nas redes sociais. A representação pedirá a apuração do papel dos três personagens: Do Val, Pacheco e Alcolumbre.
Distribuição de dinheiro público como gratificação por voto não é só imoral. É crime! Na segunda apresentarei representação ao PGR e ao Conselho de Ética do Senado em face dos senadores Davi Alcolumbre, Rodrigo Pacheco e Marcos Do Val, para que todos esses fatos sejam apurados.
— Alessandro Vieira (@_AlessandroSE) July 8, 2022
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, do Val afirmou ao jornal que os recursos seriam uma forma de "gratidão" pelo apoio. As afirmações de do Val expõem, pela primeira vez, como são feitos, nos bastidores, os acordos em torno da divisão do orçamento secreto. Depois, em entrevistas posteriores, o senador Do Val disse acreditar ter sido mal interpretado, mas não negou as afirmações.
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