Emendas de Relator

Após fala de Do Val, Podemos repudia recebimentos do "orçamento secreto"

De acordo com a legenda, as emendas individuais e de bancada são suficientes para o repasse aos estados, único senador que não assinou foi Marcos do Val

Tainá Andrade
postado em 08/07/2022 16:06 / atualizado em 08/07/2022 16:06
O assunto veio à tona após a fala de Marcos do Val (Podemos-ES), ao jornal O Estado de S.Paulo, por ter recebido R$ 50 milhões em RP9 para apoiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na candidatura à presidência do Senado -  (crédito: Dida Sampaio/AE)
O assunto veio à tona após a fala de Marcos do Val (Podemos-ES), ao jornal O Estado de S.Paulo, por ter recebido R$ 50 milhões em RP9 para apoiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na candidatura à presidência do Senado - (crédito: Dida Sampaio/AE)

Senadores do Podemos divulgaram, nesta sexta-feira (8/7), uma nota em que se posicionaram contra as emendas do orçamento secreto, as famosas RP-9. De acordo com os parlamentares, as emendas individuais e de bancadas são suficientes para garantir os repasses aos seus estados.

“Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de se fazer política. Entendemos que as emendas individuais e de bancada são suficientes. Sempre defendemos o fim das emendas RP-9”, diz a nota.

O assunto veio à tona após a fala de Marcos do Val (Podemos-ES), ao jornal O Estado de S.Paulo, por ter recebido R$ 50 milhões em RP9 para apoiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na candidatura à presidência do Senado. O senador também falou em “gratidão” de Pacheco por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente da Casa. 

Dos oito senadores em exercício no Senado Federal, apenas um ficou de fora da nota divulgada, nesta sexta, pelo Podemos, Marcos do Val (ES). Álvaro Dias (PR), Eduardo Girão (CE), Flávio Arns (PR), Jorge Kajuru (GO), Lasier Martins (RS), Oriovisto Guimarães (RN) e Styvenson Valentim (RN) assinaram.

Alta distribuição

Antes disso, houve a suspeita de grande distribuição das emendas aos partidos por conta do posicionamento dos líderes partidários em relação à implantação da CPI do MEC, após reunião com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na última segunda-feira (4/7). A maioria das lideranças decidiram por realizar as indicações para a comissão após as eleições, como o governo gostaria.

A decisão contrariou senadores da oposição, que desconfiam que para conseguir o posicionamento da maioria, o governo tenha realizado uma articulação com a distribuição das emendas a alguns líderes.

Jorge Kajuru (Podemos-GO) foi um dos parlamentares que levantou a desconfiança ao afirmar que a CPI teve 32 assinaturas para a sua implementação, então deveria ser uma urgência para os líderes.

“Declarações que são dadas por senadores em seus estados para dizer que estão fazendo pela população mostra que está havendo essa distribuição. Ouvi, outro dia, um senador dizendo que aplicou R$ 400 milhões na região. Como ele pode ter feito isso se o total da verba recebida é R$ 27 milhões? Isso é uma comprovação”, disse.

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