O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), resolveu adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Bondades, também chamada de "PEC Kamikaze". A proposta estava prevista para ser votada em Plenário nesta quinta-feira (7/7), mas Lira decidiu adiar por considerar que o quórum era insuficiente para avaliar a matéria.
A notícia foi dada por volta das 19h30, quando haviam 427 dos 513 deputados. Para aprovar o texto seriam necessários 308 votos favoráveis. A votação agora está prevista para a próxima terça-feira (12/7).
De acordo com o relator da matéria no plenário, deputado Christino Áureo (PP-RJ), a decisão do presidente da Casa foi tomada por “cautela”. “Esse tema precisa ter um quorum qualificado e com legitimidade para discutir. Por ser uma quinta-feira também poderia ser arriscado. Mas, na terça-feira, vai", disse.
Contudo, em bastidores, os parlamentares ouvidos pelo Correio afirmam que apenas 303 deputados estavam a favor do texto e que existia a chance de Lira perder a votação e, por isso, não quis arriscar. “Ele ficou desmoralizado”, disse à reportagem um deputado que estava no Plenário.
Lira ainda tentou articular para que a base estivesse em peso em favor da PEC. “Ele enviou uma lista hoje de manhã para os deputados da base, com passo a passo e tinha até horário para chegar. Aparentemente deu algum problema interno na base e se desmobilizaram”, contou outro deputado que pediu para não se identificar.
Mais cedo, a PEC foi aprovada na comissão especial da Câmara dos Deputados, por 36 votos a favor e apenas um contra.
A PEC é a aposta do governo federal para conceder maiores benefícios à população, sem esbarrar na lei eleitoral, já que libera R$ 41 bilhões para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conceda aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, a ampliação do vale-gás, um voucher para caminhoneiros de R$ 1 mil mensais e auxílio-gasolina destinado a taxistas, entre outros benefícios.
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