ELEIÇÕES

Governador de SP espera apoio do União Brasil na campanha à reeleição

O apoio, prestes a ser oficializado, ocorre após tensão entre o União Brasil e o PSDB

Victor Correia
postado em 07/07/2022 06:00
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A disputa pelo governo paulista deve sofrer grandes mudanças a partir da semana que vem. Além da esperada saída de Márcio França (PSB) do páreo para concorrer ao Senado e encorpar a campanha do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), está prestes a receber apoio do União Brasil. A expectativa é que o tucano anuncie ainda hoje, oficialmente, o acordo com a agremiação comandada pelo presidenciável Luciano Bivar. Já o pré-candidato apoiado por Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebeu, ontem, apoio do PSD de Gilberto Kassab.

Garcia já tem participação agendada em evento do União Brasil, em São Paulo, no próximo sábado, quando deve ser apresentado como o pré-candidato apoiado pela legenda para o Palácio dos Bandeirantes.

Recentemente, o atual governador paulista intensificou os acenos a Bivar. Em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira, Garcia abriu publicamente seu palanque. "Eu tenho disposição total de participar da campanha do Luciano Bivar, que é o candidato da terceira via do maior partido do país", disse.

O apoio, prestes a ser oficializado, ocorre após tensão entre o União Brasil e o PSDB. Parte do União afirmou veementemente que não haveria acordo com Garcia por uma "falta de alinhamento nacional", segundo o deputado federal Júnior Bozella (União-SP). Aliados de Garcia dentro do partido, porém, declararam que o posicionamento era apenas um blefe.

Com o União, o governador de São Paulo pode alavancar ainda mais sua pré-candidatura, cujo desempenho nas pesquisas de intenção de votos vem surpreendendo. Garcia assumiu o comando do estado mais rico do país após a saída de João Doria (PSDB) para disputar o Planalto.

Até recentemente, ele ocupava o quarto lugar nas pesquisas, atrás do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) Tarcísio de Freitas (Republicanos). Porém, pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira passada, que já considerou a saída de França, mostrou Garcia e Tarcísio empatados em segundo lugar, com 13% das intenções de voto, atrás de Haddad, que lidera com 34%.

Soma-se a isso o fato de que o União Brasil detém a maior fatia do Fundo Eleitoral, que pode deixar Garcia com praticamente o dobro do tempo de televisão e rádio que seus oponentes. Com o desafio de manter a hegemonia que o PSDB historicamente mantém em São Paulo, a candidatura do tucano passou a ser ameaça para Haddad e Tarcísio.

Resta, porém, definir o vice. O União Brasil indica o ex-ministro da Economia Henrique Meirelles, enquanto o PSDB já firmou acordo para emplacar o ex-tucano Edson Aparecido (MDB).

Escudado no acordo nacional da terceira via, Garcia já deixou claro que fará palanque tanto para Bivar quanto para a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Perguntado sobre isso no programa da TV Cultura, o governador respondeu: "nós vamos encontrar na política um caminho seguro para que essas forças da terceira via tenham na minha candidatura um espaço de diálogo".

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