Para incômodo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, se reuniram, ontem, por cerca de uma hora e meia, em São Paulo. O ex-ministro das Relações Exteriores diplomata Celso Amorim também participou.
Pelas redes sociais, Lula, que não concedeu entrevista após a agenda, postou fotos e um vídeo com partes do encontro. Afirmou que "a situação política na Europa, na América Latina e a guerra na Ucrânia" figuraram entre os assuntos tratados.
Já Sousa reforçou que o conflito no Leste Europeu foi um dos temas em pauta e voltou a comentar a notícia de que, ao saber do encontro entre ele e o petista, Bolsonaro, irritado, desmarcou o almoço previsto com o líder português, que seria hoje. Segundo o presidente português, como ainda não recebeu uma comunicação oficial da suspensão do compromisso, passará o restante do tempo em São Paulo.
"Houve um convite escrito, aceitei por escrito. Vou ficar no programa originário. Se até o começo da tarde não houver confirmação por escrito, fico por São Paulo", disse Sousa.
Ele negou que o episódio tenha potencial para ferir a relação entre os países. "Eu diria, como chefe de Estado, que não alterou nada nem no meu relacionamento com o chefe de Estado brasileiro, nem do Estado português com o Estado brasileiro, nem no relacionamento entre o povo português e o povo brasileiro", disse Sousa.
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Mal-estar
Sousa completou que já havia encontrado outros ex-presidentes anteriormente e que um mal-estar gerado com base em antagonismos políticos não se sustenta. Isso porque, apontou, oficialmente ainda não há campanha eleitoral. "Só no dia 6 de agosto. Portanto, não há candidatos, sequer período eleitoral", explicou.
O presidente europeu desembarcou no país no último sábado. No último dia 2, pouco antes de embarcar para o Brasil, Sousa minimizou o a atitude de Bolsonaro.
"Não se morre porque um almoço foi cancelado. Não há drama nisso", ironizou. Ele disse entender o contexto político do país, mas lembrou que, no ano passado, esteve no Brasil e conversou com ex-presidentes brasileiros e, ainda assim, Bolsonaro o chamou para um almoço.
"Portanto, há um paralelo na situação. Quem convida para almoçar é que decide se quer almoçar ou não", emendou.
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