Deputados do PP comentam, em conversas reservadas, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avançou demais o sinal na defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL), assumindo a responsabilidade de problemas que são do Poder Executivo. A avaliação é de que, por esse caminho, Lira terminará comprometendo sua permanência no cargo em 2023. Eles acreditam que é hora de impor limites nessa relação com o governo para não prejudicar o futuro. Afinal, só emendas ao Orçamento não garantem poder ao partido se Bolsonaro perder e Lula, ou outro candidato, for eleito.
A ala partidária mais próxima a Lula, por exemplo, está incomodada com tanta deferência de Lira ao presidente. Considerava, no início do ano passado, quando o alagoano assumiu o comando da Câmara, que deixaria Bolsonaro a reboque. Mas ocorreu o inverso, na avaliação de alguns parlamentares: Lira é que ficou dependente do presidente. E assim, vai ficar difícil atravessar a ponte para Lula se as urnas confirmarem
as pesquisas.
Mantenham
Bolsonaro no jogo...
Ao longo dos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva jogou uma boia para evitar que Bolsonaro afundasse. A mais importante delas foi dizer que havia sido avisado pela Polícia Federal de uma busca e apreensão na casa de seu irmão Vavá. É uma forma de minimizar o episódio que envolve o presidente, caso ele tenha sido avisado da operação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
...que me interessa
Para bons entendedores, está claro que Lula não quer Bolsonaro tão fraco a ponto de perder a vaga, se houver segundo turno.
Caio em "modo avião"
Enquanto os políticos se dedicam à PEC do Vale Tudo, o presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assumiu o cargo na surdina: sem solenidade pública e ausente à primeira reunião do conselho depois da posse. Ele segue em silêncio, administrando os processos que surgem. O Sindipetro do Rio de Janeiro, por exemplo, entrou com uma ação popular para que sua nomeação seja suspensa. Entre as alegações, está uma sociedade da empresa da ex-mulher de Caio com uma firma que presta serviços à petroleira.
A luta continua
O governo pulou a fogueira da CPI do MEC na última semana de junho, mas restam os próximos 10 dias de funcionamento do Congresso, com pressão total para a abertura da investigação. É a batalha desta semana no Senado. A da Câmara é a PEC do Vale Tudo.
O discurso pegou/ O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB, foto), praticamente puxou a fila da redução do ICMS dos combustíveis por diversos estados. Até aqui, 13 unidades da Federação já promoveram alguma redução no imposto. No do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro foi além: ameaçou aumentar os impostos da Petrobras, se a empresa mantiver a política de aumentos.
O contribuinte agradece/ A redução não foi por bondade. É que os governadores fazem pesquisas internas e não querem ser acusados de não ajudar a aliviar o bolso do cidadão. Estão todos atrás do discurso "fiz a minha parte".
A ordem das votações/ A previsão é de que a Câmara funcione normalmente nas próximas duas semanas, uma vez que Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não está na pauta da sessão conjunta desta primeira semana de julho. A expectativa é votar o texto depois de a PEC do Vale Tudo, aprovada pelo Senado, passar na Câmara.
Agenda aí/ O encontro entre Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no cortejo que tradicionalmente marca o 2 de julho em Salvador não foi tanta coincidência assim. Interessados em quebrar a polarização, eles consideram que dá para conversar mais à frente. Afinal, quando o assunto é eleição, 90 dias significam longo prazo.
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