Os quatro principais pré-candidatos na corrida às eleições presidenciais de outubro estiveram ao mesmo tempo, ontem, em Salvador. Mas o que chamou a atenção foi a diferença de posturas entre eles. Enquanto Simone Tebet (MDSB) e Ciro Gomes (PDT) trocaram amabilidades quando se encontraram em um evento relacionado à data festiva baiana do qual participaram, no extremo oposto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) desferiram críticas mútuas em encontros que promoveram, separadamente, com os apoiadores.
Ao participarem do Cortejo Cívico pelo 2 de julho — data do Dia da Bahia, que comemora a expulsão dos portugueses do estado —, Tebet e Ciro se encontraram na caminhada da festa e, juntos, enalteceram a democracia. Os dois fizeram questão de posarem juntos para fotos e compartilharam em redes sociais.
Ela foi mais longe ao defender, em publicação nas redes sociais, que "adversário não é inimigo". "A Bahia é terra de todos. Democracia e civilidade. Adversário não é inimigo. O Brasil precisa de toda tolerância e respeito".
Ciro também exaltou "convivência harmônica e respeitosa". "Como se fosse um encontro casual no carnaval baiano, abracei Simone Tebet e Roberto Freire no centro histórico de Salvador. O 2 de Julho é um banho de democracia! Uma maravilhosa folia política que só pode ocorrer mesmo na Bahia", tuitou. Mas o pedetista fez mistério sobre não deu indicações sobre o vice na chapa (leia abaixo). "Meu vice ou minha vice só será escolhido ou escolhida em julho. Nós vamos delegar à Executiva Nacional do PDT, até o último dia possível, que é o dia 6 de agosto, para as tratativas em relação ao meu vice ou à minha vice", destacou.
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PEC e Caixa
Isso não quer dizer, porém, que deixaram de lado os recentes episódios envolvendo o governo Bolsonaro. O pedetista considerou a Proposta de Emenda à Constituição que aumenta os gastos sociais da União — a chamada PEC do Vale Tudo —, aprovada pelo Senado, um "estelionato eleitoral gravíssimo". E cobrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) torne a proposta inconstitucional.
"É uma emenda que permite à população acreditar que vai ser salva por um socorro, mas que só vale até dezembro. Significa um estelionato eleitoral gravíssimo e uma violação da própria Constituição, que não pode ser emendada com tal vileza. Espero que o STF ponha um reparo a este absurdo", afirmou.
Já Tebet, ao comentar as denúncias de assédio sexual e moral contra o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que, se eleita, apresentará uma proposta de criação de uma ouvidoria feminina nas estatais brasileiras. "Já que o compliance dessas entidades não escutam e nem reconhecem o que é um assédio moral ou sexual, uma ouvidoria feminina, com mulher ouvindo o que as outras têm a dizer, nós teremos diferença. Temos um governo misógino; não respeita as minorias, não respeita a democracia", lamentou.
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