As movimentações do PT em direção ao centro se voltaram para a conquista do apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda no primeiro turno. A articulação tem sido realizada pelo líder do partido na Casa, Paulo Rocha (PA), integrante do núcleo da campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Região Norte.
Com vinda a Brasília agendada para o próximo dia 12, o presidenciável petista vai aproveitar para, além das atividades junto ao diretório local, se reunir com Pacheco para iniciar a costura do apoio. Interlocutores próximos a Lula, aliás, garantem que a conversa entre eles está adiantada.
Segundo fontes do PT, a concessão feita pelo partido em Minas deu viabilidade à construção de um acordo. A manobra fortaleceu o PSD no estado com o apoio à candidatura de Alexandre Kalil ao governo local.
O ex-prefeito de Belo Horizonte, porém, está com dificuldades de conter o crescimento de Romeu Zema (Novo) nas pesquisas — que, aliás, enviou emissários a São Paulo em busca de apoio do ex-presidente. No entanto, Lula confirmou o apoio da Kalil, que é aliado de Pacheco.
Apesar do otimismo dos petistas, interlocutores do presidente do Senado asseguram que as conversas estão acontecendo, mas não há nada fechado. Mesmo com sinalizações positivas de Pacheco à oposição ao Palácio do Planalto na Casa — vem dando apoio à instalação à CPI do MEC, que pretende investigar o gabinete paralelo na pasta e a atuação do ex-ministro Milton Ribeiro —, ele é conhecido também por ter bom trânsito com os governistas. Como pretende pavimentar a reeleição ao comando do Senado, personagens próximos a ele afirmam que não tomará nenhuma decisão que possa ameaçar esse projeto.
"O Pacheco está decidindo. O que segura é a reeleição ao Senado, ele não quer se queimar com a base governista", explicou uma fonte próxima ao senador.
Sem reeleição
Lula, aliás, usou ontem a palavra "imbecil" para se referir a banqueiros, durante entrevista a uma rádio de Salvador. Indicou, ainda, que caso seja eleito em outubro, não deverá tentar a reeleição. "Daqui a quatro anos vai ter gente nova", afirmou o petista, que completa 77 anos em outubro e terá 81 ao buscar eventual quarto mandato em 2026.
Na entrevista, Lula voltou a criticar o setor financeiro e, ao se referir a banqueiros, disse que "essas pessoas não podem ser ignorantes de querer só acumular riqueza". "Fulano de tal é o mais rico do mundo, tem 50 milhões de dólares, outro tem 70 milhões. Para quê? Você vai gastar no quê? Para que você quer acumular tanto dinheiro, imbecil? (...) Distribua um pouco do seu salário."
(Com Agência Estado)
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