No ano do bicentenário da Independência do Brasil, as relações comerciais entre Brasil e Portugal ainda deixam a desejar. O Itamaraty, no entanto, está otimista. Na avaliação do ministério, o relacionamento bilateral "atravessa momento particularmente positivo, com aumento sustentado do fluxo comercial bilateral, com valor agregado de US$ 3,5 bilhões em 2021, e de investimentos diretos mútuos, além de intensa cooperação nas mais diversas áreas, como defesa, energia, ciência, tecnologia e inovação, educação e promoção da língua portuguesa".
O Ministério das Relações Exteriores ainda ressalta que Brasil e Portugal "possuem tradição de intenso diálogo político, econômico e comercial, além de estreita coordenação em foros internacionais".
Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, o país europeu foi o 23º destino das exportações brasileiras e a 42ª origem das importações domésticas. O saldo da balança comercial entre os dois países é favorável para o Brasil, com superávit de US$ 1,8 bilhão, resultado da diferença de US$ 2,6 bilhões em exportações e de US$ 857,4 milhões em importações.
O especialista em relações internacionais Wagner Parente, CEO da BMJ Consultores Associados, avalia que as relações econômicas Brasil-Portugal não estão submetidas a concessões tarifárias preferenciais, havendo a expectativa de que as trocas comerciais aumentem com a entrada em vigor do Acordo de Livre Comércio Mercosul-UE. Segundo ele, esse entendimento "permitirá eliminar os impostos sobre 91% das mercadorias atualmente comercializadas".
"Em 2021, o Brasil foi o 13º destino das exportações portuguesas e ocupou a 8ª posição na origem das importações portuguesas, uma corrente comercial de US$ 3,5 bilhões em 2021, com uma balança comercial superavitária para o Brasil", destaca.
"O estoque de investimento português no Brasil, em junho de 2018, atingiu US$ 2,8 bilhões; e o brasileiro em Portugal somou US$ 4 bilhões em 2021. Há elementos de expansão orgânica das trocas comerciais e dos fluxos de investimento entre os países, como o crescente interesse português", reforça. Para Parente, os setores potenciais para alavancar o comércio e o investimento bilaterais são dois: serviços e turismo.
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