Nomeada para a presidência da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques pretende criar um comitê de crise com uma força-tarefa para apuração das denúncias de assédio sexual no banco, isolando a crise para não contaminar a operação da instituição financeira.
Marques deve tomar posse no início da próxima semana, no lugar do então presidente, Pedro Guimarães, que renunciou ao cargo por envolvimento no escândalo de assédio sexual e moral contra funcionárias, durante a sua passagem pelo banco estatal, desde 2019.
O nome de Marques precisa ser aprovado antes pelo comitê de elegibilidade da Caixa. Documentos seriam repassado ainda ontem ao comitê, que faz parte da estrutura de governança do banco estatal.
No Ministério da Economia desde o início do governo Jair Bolsonaro, a futura presidente da Caixa se dedicou, nos últimos meses, ao programa "Brasil Pra Elas", que investe em mais crédito dos bancos federais para as mulheres e na educação empreendedora por meio de consultorias (capacitação e qualificação) da rede nacional do Sebrae. Para isso, ela montou uma equipe de mulheres.
Formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em finanças pelo Ibmec/RJ, Marques atuou por 20 anos no mercado financeiro. Ela foi sócia do ministro da Economia, Paulo Guedes na Bozano Investimentos, no Rio de Janeiro, e deixou a gestora em 2019 para trabalhar com o ministro como assessora especial. Marques era considerada o braço direito de Guedes.
Interina
O conselho de administração da Caixa informou, ontem, em nota, que a vice-presidente de Habitação do banco, Henriete Bernabé, ocupará interinamente a presidência até Marques tome posse — o que deve ocorrer na próxima terça-feira.
Ainda de acordo com o comunicado, os procedimentos internos de elegibilidade de Marques estão sendo iniciados.
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