Quando começaram os rumores sobre um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) em meados de março, a Controladoria Geral da União (CGU) iniciou uma investigação que identificou movimentações suspeitas nas contas bancárias do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na manhã desta quarta-feira (22/6).
A Investigação Preliminar Sumária do órgão terminou em maio e, há três semanas, os servidores envolvidos encontraram indícios e passaram a trabalhar para encontrar uma relação direta do ex-ministro com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que também foram presos nesta quarta. A informação é da CNN.
“Como resultado da apuração, houve a abertura, em 14 de abril de 2022, de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), em face de agente público, e a instauração, em 16 de maio de 2022, de Processo Administrativo de Responsabilização (PAR), em desfavor de ente privado”, informou a CGU.
Segundo informações do portal, a investigação ainda gerou “abertura de trabalhos de auditoria complementares, os quais permanecem em curso''. O órgão ainda informou que pretende finalizar o inquérito até julho pois querem explicações do próprio Milton Ribeiro se realmente há algum benefício indevido.
Preso na manhã desta quarta-feira (22/6), o ex-ministro Milton Ribeiro assumiu o comando do Ministério da Educação no dia 16 de julho de 2020, após uma série de crises na liderança da pasta. Desde o começo do governo Bolsonaro, o MEC vinha sendo alvo de disputas pelo seu comando, por ser o terceiro maior orçamento do governo federal, estimado em R$ 159 bilhões.
No ápice da crise no Ministério da Educação, Milton Ribeiro afirmou priorizar pastores aliados na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE). Na gravação, ele cita que o favorecimento é um pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar". O escândalo levou a demissão dele da pasta, em março deste ano.
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