Congresso

Anderson Torres não comparece à comissão externa que trata do caso Dom e Bruno

Senadores acreditam que a ausência do ministro foi uma justificativa política para não lidar com críticas da oposição em relação à prisão de Milton Ribeiro

O ministro da Justiça e Cidadania, Anderson Torres, não compareceu à audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH), em conjunto com a Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte, agendada para esta quarta-feira (22/6). De acordo com assessores parlamentares da comissão, o ministro precisou participar de audiência, de última hora, com ministros do continente sul-americano. As pautas não foram informadas.

A reunião foi adiada, sem nova data definida. Para os senadores, a justificativa foi política, já que ganhou repercussão na base governista, hoje, a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Interlocutores da comissão afirmam que Torres fez duas sugestões para o choque de agendas: pediu que a reunião fosse realizada no próprio ministério ou que fosse ouvido o superintendente da Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), Eduardo Alexandre Fontes, em seu lugar.

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Nenhuma das alternativas foi aceita pelos senadores, que não querem “soluções intermediárias”. Para os senadores, a justificativa para a ausência do ministro foi política, já que hoje a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro ganhou repercussão na base governista.

Como Torres foi convidado a comparecer na comissão, ele não pode ser obrigado a participar, por isso o presidente da comissão, Humberto Costa (PT-PE), aguarda uma nova data para receber o ministro.

O Palácio da Justiça irá sediar um encontro ministerial entre os países na quinta (23) e sexta-feira (24). O evento tem a missão de discutir a integração das forças policiais sul-americanas e acelerar a descapitalização das organizações criminosas.

Prisão do ex-ministro

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso na manhã de hoje, em Santos, pela Polícia Federal (PF). A operação investiga esquema de corrupção dentro do Ministério da Educação, com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada a pasta.

A PF cumpriu 13 mandatos de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados e cinco de prisão em Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal.