O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou, na manhã desta segunda-feira (20/6), que o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos na Amazônia na semana passada, pode ser um comerciante local que “estava se sentindo prejudicado”.
“Vai aparecer se há um mandante. Mas se há um mandante, é um comerciante da área que estava se sentindo prejudicado pela ação, principalmente do Bruno e não do Dom. O Dom entrou de gaiato nessa história, foi dano colateral”, disse.
Mourão destacou que “ninguém fica feliz com a morte estúpida” como a de Dom e Bruno, mas a região de Atalaia do Norte é carente e que provavelmente foram os ribeirinhos que os assassinaram.
“É uma região pobre, Atalaia do Norte é um município de 20 mil habitantes, com carências inúmeras. As pessoas vivem de um pequeno comércio, do fundo de participação do município. Essas pessoas aí que assassinaram covardemente os dois, são ribeirinhas. A gente também que vive ali no limite de ter acesso a melhores condições de vida, vive da pesca. Não tem luz elétrica 24h por dia. Só quando tem combustível o gerador funciona, quando não tem, não funciona, então é uma vida dura”, lamentou.
De acordo com o vice-presidente, as mortes foram “quase que a uma emboscada” e ocorreram num momento de embriaguez por parte dos assassinos. Ele disse que a situação é comum em periferias de grandes centros, como nas de Brasília (DF).
“Isso é um crime que aconteceu num momento quase que de uma emboscada. Um assunto que vinha se arrastando, vamos dizer. Na minha avaliação, deve ter ocorrido no domingo. Domingo, sábado, essa turma bebe, se embriaga, mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades. Aqui em Brasília, a gente sabe, né? Todo final de semana tem gente que é morta a facada, tiro, das maneiras mais covardes, normalmente fruto de quê? Da bebida, né? Então, a mesma coisa deve ter acontecido lá”, afirmou.