O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou, ontem, que vai convocar para a próxima segunda-feira uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras. No Twitter, o deputado elevou o tom contra a estatal, chamou a empresa de "país independente" e disse que a empresa declarou guerra ao povo brasileiro.
"A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis", escreveu o presidente da Câmara, na rede social, em referência a um possível aumento nos preços dos combustíveis, após uma reunião, no feriado, do Conselho de Administração da estatal.
Lira tem elevado, constantemente, o tom das críticas à Petrobras. O presidente da Câmara passou a defender a privatização da empresa e já chegou a sugerir que o governo venda ações da estatal para que a União deixe de ser acionista majoritária. "Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil", emendou.
"Na segunda-feira, estarei convocando uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras. Política da Petrobras, que pertence ao Brasil e não à diretoria da Petrobras", avisou o presidente da Câmara.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), seguiu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também atacou a Petrobras em meio a relatos de que a estatal deve aumentar os combustíveis, pesadelo do governo em ano eleitoral. "Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil", escreveu o ministro no Twitter, sem explicar sobre o que haveria chegado a hora.
Em linha com o discurso do presidente Jair Bolsonaro, Nogueira afirmou que a Petrobras não pode "continuar com tanta insensibilidade" e "ignorar sua função social". "O governo, Congresso e todos com responsabilidade temos que acabar de vez com esse abuso dos lucros bilionários na hora em que a empresa não pode virar as costas para o Brasil e os brasileiros", acrescentou.
O governo vinha tentando convencer o presidente demissionário da Petrobras, José Mauro Coelho, a segurar os preços para que o teto de ICMS, aprovado na quarta-feira no Congresso com apoio do Palácio do Planalto, surta algum efeito nas bombas dos postos de abastecimento.