Nunca antes na história deste país, parafraseando o meliante de São Bernardo, o Brasil esteve tão politicamente agressivo. Sim, porque em outras searas, não há novidade alguma na violência nossa de cada dia. Nos bares, nas ruas, no trânsito, nos estádios... na selva! Tudo como dantes na terra do 'escreveu, não leu, o pau comeu'.
Historicamente, as esquerdas, sobretudo PT e satélites, como PSol e afins, serviram-se da violência como método de intimidação dos opositores. São notórios o chute no traseiro de um investidor na Bolsa de Valores de São Paulo, durante um leilão de privatização, e a frase de José Dirceu sobre os tucanos: "Vamos bater neles nas urnas e nas ruas".
Também não preciso lembrar das inúmeras cenas de guerra campal, protagonizadas por CUT, MST, MTST e outros grupos terroristas de esquerda. Inclusive, em 2019, em Belo Horizonte, uma pessoa morreu intoxicada, dentro de um ônibus, após a queima de pneus em uma avenida da capital, por conta de um protesto contra a reforma da Previdência.
Contudo, desde as manifestações de 2013, e principalmente após a ascensão do bolsonarismo, em 2018, a prerrogativa da violência se deslocou à direita, ou melhor, à extrema direita bolsonarista. Hoje, grupos ligados ao amigão do Queiroz, seja na internet ou no "mundo real", usam e abusam da violência — inclusive física — contra rivais políticos.
Sim, eu sei, nada chegou perto da facada no verdugo do Planalto, em Juiz de Fora (MG). Mas não podemos relativizar o ataque de morteiros contra o STF; as ameaças presenciais, defronte à residência do ministro Alexandre de Moraes, em São Paulo; as manifestações golpistas de 7 de setembro de 2021; e o episódio do brutamontes, Daniel da Silveira.
Igualmente, não podemos desconsiderar as agressões físicas contra jornalistas, em atos pró-Bolsonaro, tampouco nos esquecer de que o próprio presidente da República já ameaçou dar um murro na boca de um repórter. Sem contar na costumeira, quase cotidiana, pregação agressiva contra os homossexuais e os petistas.
Absolutamente ninguém duvida do baixo nível e da enorme violência que deverão pautar a campanha eleitoral presidencial que se aproxima. Porém, ao que tudo indica, a coisa será muito pior do que imaginamos. Em Minas, por exemplo, o sempre descontrolado Alexandre Kalil partiu com extremo furor contra um repórter e ameaçou atirá-lo pela janela.
O ex-prefeito, aliás, tem chamado o atual governador, Romeu Zema, de "débil mental", "idiota" e outras grosserias mais. E também se referiu aos ricos de Belo Horizonte como "elite estúpida e ignorante". Não por acaso — e talvez por isso — tenha sido recebido em Uberlândia com uma chuva de urina e fezes, atiradas de um drone durante um comício.
Kalil estava acompanhado do ex-tudo (ex-presidente, ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro), Lula da Silva, que aproveitou a ocasião para chamar de 'canalha' e 'tudo menos gente' o autor do dilúvio de necessidades. Como se vê, a resposta servirá apenas para atirar mais gasolina no incêndio já descontrolado.
Na falta de planos, propostas e conteúdo, resta apenas aos candidatos a mera pancadaria. Enquanto isso, a população se deixa contaminar pelo clima de MMA e adota o mesmo tipo de comportamento, com amigos e familiares. No final do dia, entre mortos e feridos, não se salvará ninguém, e o País continuará afundado na pior crise política e econômica da nossa história. Parabéns aos responsáveis.