CRISE ENTRE OS PODERES

Bolsonaro diz que Barroso é 'mau caráter' e Moraes 'tem um problema'

O presidente também comparou a situação dele com a prisão da ex-presidente da Bolívia, condenada nesta semana a 10 anos de prisão no país por articular um golpe de Estado em 2019

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso de “mentiroso” e “sem caráter”. O chefe do Executivo falava sobre declarações do magistrado que o acusava de ter um inquérito sigiloso para apoiar as afirmações sobre fraudes nas urnas.

“Eu não estou atacando a Justiça Eleitoral, eu estou atacando o Barroso, que não tem caráter", disparou o presidente em frente a uma churrascaria em Orlando, Flórida, neste sábado (11/6).

Bolsonaro ainda falou sobre outro membro da Corte, o ministro Alexandre de Moraes, que é responsável pelos inquéritos das fake news, onde o presidente também é investigado. Ele questionou “o que ele tem na cabeça” e “o que está ganhando com isso”. “Quais são seus interesses? Ele está ligado a quem? Ou é um psicopata? Ele tem um problema", afirmou.

O presidente ainda criticou a condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo ele, Alexandre de Moraes continua perseguindo o parlamentar mesmo depois que foi concedido a graça presidencial. "Agora, bloqueando o celular da esposa dele, que é a advogada que o defende", disse.

Outro argumento utilizado pelo presidente foi comparar a situação com a prisão da ex-presidente da Bolívia, condenada nesta semana a 10 anos de prisão no país por articular um golpe de Estado em 2019. Bolsonaro já fez a comparação em outras ocasiões.

"Agora foi confirmado dez anos de cadeia para ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?", perguntou.

O presidente ainda criticou a atuação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, em convidar observadores internacionais para as eleições de 2022. "O que esses observadores vão fazer lá? Observar? Olha, a não ser que ele tenha um olhar de super-homem que possa observar programas, microchips. Qual a qualificação desses observadores?", questionou

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