O presidente da República em exercício, Rodrigo Pacheco (PSD), afirmou, nesta sexta-feira (10/6), que, diferentemente do que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, disseram sobre congelar os preços nas cadeias produtivas no Brasil, "o caminho não é esse", mas as empresas entenderam a responsabilidade social.
"O que eu acho que ele (Bolsonaro) reivindicou e suplicou foi, realmente, a responsabilidade social de todos os brasileiros. Na sua atividade coletiva, ninguém obviamente pretende sacrificar o lucro, nem acredito também no congelamento de preços. Não é esse o caminho, mas a consciência de que nós temos que buscar também uma posição social de todas as empresas neste momento", disse, no 2º Encontro do Conselho Nacional do Poder Legislativo Municipal das Capitais (Conalec), realizado em João Pessoa.
Pacheco ainda reforçou que "todos têm responsabilidade de fixar preços que sejam justos", com lucros, "mas não abusivos". "Neste momento de civilidade e de respeito com o problema do Brasil, que é o problema dos dois dígitos: juros a dois dígitos, inflação a dois dígitos e, em alguns lugares, a gasolina a dois dígitos", frisou.
Pacheco que é presidente do Senado, está cumprindo a função no Planalto enquanto os sucessores naturais de Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também estão em missão oficial fora do país.
Congelamento
Apesar de ter tido um breve recuo ante aos dois últimos meses, a inflação, divulgada na quinta-feira (9/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou 11,73%.
Em rápido pronunciamento no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), ocorrido na quinta-feira (9/6), Bolsonaro apelou para que empresários do setor alimentício “tenham menor lucro possível” em relação a produtos que compõem a cesta básica e reconheceu a alta da inflação principalmente em alimentos e combustíveis.
Por sua vez, Guedes pediu aos donos de supermercados e à cadeia produtiva que deem "um freio na alta dos preços". Ele também pediu o congelamento de preços até o ano que vem. “Nova tabela de preços, só em 2023."
Na análise mensal da Abras, a cesta composta por 35 produtos de largo consumo como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza registrou alta de 3,04% em abril e a média de preços da cesta nacional passou de R$ 736,34 em março para R$ 758,72 em abril.
No quadrimestre, a alta é de 8,31% e no acumulado de 12 meses atinge 17,87%. Itens básicos da cesta de alimentos acumulam expressiva alta no quadrimestre, como óleo de soja (+20,38%), leite longa vida (+22,35%), feijão (+19,71%), farinha de trigo (+15,45%), café torrado e moído (+13,22%), margarina (+6,54%), arroz (+2,32%) e açúcar (+1,39%).