Jair Bolsonaro (PL) embarca, nesta quarta-feira (8/6), para Los Angeles, na Califórnia, onde participa da 9ª Cúpula das Américas. Na ocasião, o presidente deve encontrar Joe Biden. Na véspera de seu encontro com o mandatário norte-americano, o chefe do Executivo voltou a falar em fraude nas eleições americanas. Na quinta-feira (9/6), existe a expectativa de que Bolsonaro tenha uma reunião bilateral de cerca de 30 minutos com Biden. Bolsonaro alegou que o ex-presidente Donald Trump — que concorreu pela tentativa de reeleição em 2020 — “estava muito bem” e que fica “com pé atrás”.
“Quem diz é o povo americano. Eu não vou entrar em detalhes na soberania de outro país. Agora, o Trump estava muito bem. E muita coisa chegou para gente que a gente fica com pé atrás. A gente não quer que aconteça isso no Brasil. Tem informações de próprios brasileiros que teve gente que votou mais de uma vez”, alegou em entrevista ao SBT News.
Bolsonaro também comentou sobre um convite anterior para o evento e justificou que inicialmente negou porque “não ia ser moldura de retrato para ninguém”.
“Fomos convidados, eu falei que não ia. Mas daí veio um representante dele aqui e nós acertamos algumas coisas. Eu não ia ser moldura de retrato para ninguém. Tínhamos um bom relacionamento com o governo anterior, de Donald Trump. E quando Joe Biden assumiu, ele simplesmente congelou esse relacionamento. Não brigamos, continuamos fazendo comércio e etc. Agora, é um evento que sem o Brasil é bastante esvaziado”.
O presidente relatou que não sabe quais serão os assuntos tratados por Biden, mas que caso entre na questão ambiental, “já sabe como proceder”.
“Nenhum país do mundo tem moral para falar em preservação ambiental para o Brasil. Nós preservamos dois terços do nosso território. Se sobrevoar os EUA não vai ver mata ciliar, o mesmo na Europa. Eles têm a petulância de falar que devemos reflorestar. Quem tem que reflorestar são eles. É uma política de atacar o Brasil porque está em jogo as commodities, o agronegócio.”, defendeu.
Bolsonaro disse também que entre os temas a serem tratados com o líder norte-americano, está a possível exploração de nióbio.
“Conversei muita coisa com o Trump lá atrás. A questão da possível exploração de nióbio agregando valor para nós também. Vamos ver qual vai ser a dinâmica que ele vai dar para o lado de lá. Sabemos da estatura do Brasil e dos EUA, sabemos que a economia deles é dezenas de vezes maior que a nossa, de seu potencial bélico nuclear, da influência deles no mundo”.
“Ele não vai, no meu entender, querer impor algo sobre o que eu devo fazer na Amazônia, não vai. Ele deve ter informações, me conhece. Conhece mais do que a mim, conhece a região. Nós não podemos relativizar a nossa soberania. Ninguém está interessado em girafa nem hipopótamo da Amazônia, o interesse é exatamente em outras coisas que tem lá. É uma região fantástica em biodiversidade, em recursos minerais”, concluiu.