O governador Romeu Zema (Novo), que vinha defendendo a autorização dada à Taquaril Mineradora S/A (Tamisa) para explorar parte da Serra do Curral, afirmou não ter posição em relação à atividade minerária no maior símbolo de Belo Horizonte.
O chefe do Executivo mineiro participou da sabatina do podcast EM Entrevista aos candidatos ao governo de Minas nesta segunda-feira (06/6). Ele procurou afastar a polêmica envolvendo a autorização dada para intervenção no cartão postal da capital, afirmando que o governo tomou a decisão orientado por um corpo técnico.
"Houve uma análise técnica, a Secretaria do Meio Ambiente analisou, atendeu. Depois que o Copam, que, vale lembrar, tem membros da sociedade civil de diversos entes, analisou. Foi aprovado também e pelo o que acompanhei recentemente, inclusive, houve reclamações judiciais. A Justiça, inclusive, deu ganho de causa, deu procedência, para quem questionou", afirmou.
No entanto, a autorização concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) à Tamisa e o licenciamento dado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente são aspectos questionados por especialistas exatamente pelas falhas técnicas.
Ambientaqlistas alegam que a empresa apresentou estudos incompletos no que se refere aos impactos ambientais. Um estudo da prefeitura da capital mineira aponta que a movimentação de caminhões e as explosões podem abalar o Pico Belo Horizonte, com sérios riscos geológicos.
O governador, no entanto, admitiu que se houver uma sinalização da Justiça o governo pode suspender o empreendimento. "Não sou nem favorável nem contra, eu quero fazer o certo", afirmou. "Se amanhã houver uma decisão que fale 'esse empreendimento vai afetar a Serra do Curral', vou ser o primeiro a acatar."
Argumentou que é favorável à preservação ambiental, mas que não pode deixar de autorizar a operação da Tamisa, que, segundo ele, apresentou toda a documentação exigida. Ele usou a metáfora da compra de uma casa para justificar a posição do governo de Minas.
"Se você compra um terreno para construir a sua casa de boa-fé, atende a todos os quesitos legais, e amanhã a prefeitura não deixa você construir a sua casa, como você iria ver uma situação dessa? Você iria se sentir um cidadão perseguido, um cidadão prejudicado", concluiu.