A hora de fazer as pazes e atrair votos
O presidente Jair Bolsonaro quer aproveitar o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a reunião da Cúpula das Américas, esta semana, para tentar se mostrar como um personagem capaz de manter o diálogo com forças políticas antagônicas. Já conversou com Vladimir Putin; agora, se reunirá com Biden. Estrategistas políticos do PL consideram que a participação na Cúpula e o encontro com o presidente americano servirão de contraponto à pré-campanha petista, que coloca a democracia como tema e o ex-presidente Lula como o mais
aberto ao diálogo com todos os setores no Brasil e no mundo.
Bolsonaro quer voltar dos Estados Unidos com as imagens prontas para exibição no horário eleitoral mais à frente, quando será apresentado pelos adversários como um perigo ao sistema democrático. Os bolsonaristas não acreditam que esse tema será crucial daqui a quatro meses. O que vai pesar, avaliam, é o bolso. Porém, destacam, melhor prevenir.
Depois de Los Angeles...
A parada do presidente Jair Bolsonaro para inauguração do vice-consulado em Orlando (EUA), posto a ser chefiado pelo diplomata Rodrigo Fonseca, tem vasta programação. Inclusive, um encontro com a comunidade brasileira na região e a emissão de documentos para uma criança nascida na Flórida, cujos pais fazem questão de que tenha cidadania brasileira. O consulado ficará responsável por toda a região central e norte da Flórida, onde vivem mais de 200 mil brasileiros.
TSE não gostou
A semana começa com uma tensão entre diversos atores por causa da decisão monocrática do ministro Nunes Marques que beneficiou o deputado Valdevan Noventa (PL-SE) com a volta ao mandato. Vem por aí recurso ao Supremo Tribunal Federal por parte de políticos e já há estudos nesse sentido, também, no Ministério Público. A decisão gerou muita preocupação, porque, no TSE, a cassação de Valdevan havia sido unânime, confirmando a decisão do TRE de Sergipe. Um ministro, sozinho, derrubou tudo.
E vai sobrar para Lira
Os petistas ficaram irados com a pressa de Arthur Lira em tirar Márcio Macêdo (PT-SE) do mandato para devolver a vaga a Valdevan Noventa. No plenário da Câmara, também haverá manifestações, porque a Casa demorou a afastar Valdevan e não fez o mesmo para lhe devolver o mandato.
Covid na área
Os políticos não querem saber de #fiqueemcasa nesta fase de aumento dos casos de covid. Até aqui, a avaliação é de que, com a vacinação, o número de mortes reduziu e o fato de a quantidade de casos ter aumentado não significa que será preciso voltar ao sistema de lockdown.
Trabalho em debate I/ A segurança jurídica nos contratos de trabalho foi tema de um webinar do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que reuniu magistrados do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho. No debate aberto pelo ministro Gilmar Mendes, os contratos realizados por pessoas com alto nível de instrução e de renda que recorrem à Justiça do Trabalho para cobrar indenizações, contrariando o princípio da boa-fé e da liberdade contratual.
Trabalho em debate II/ Prevaleceu a visão de que a Justiça do Trabalho, em casos de colisão entre a CLT e o contrato, deve respeitar a autonomia das partes na negociação dos contratos. A ideia é preservar a segurança jurídica entre contratante e contratado.
Pai coruja/ O ex-senador Eduardo Suplicy (foto), hoje vereador por São Paulo, não deixa de prestigiar o rock dos filhos. Na sexta-feira, esteve no show do Brothers of Brazil, a banda de seus herdeiros. "Não há nada na vida que alegre mais o meu coração do que ver os meus filhos João Suplicy e Supla tocando juntos", escreveu o parlamentar em suas redes. Nos tempos de Senado, era um dos que mais acompanhavam a qualidade do gasto público. Faz falta por aqui.
Meio ambiente em debate / Os petistas estão com o discurso pronto em relação ao meio ambiente: "Não basta poder de polícia e fiscalização, mas gerar emprego e renda. Lula sempre ouviu todos os setores — diferentemente de um governo que tenta calar os movimentos — e quem tem compromisso com a preservação da Amazônia", diz o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante.