O presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que devolveu ao deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR) o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminação de fake news.
"É uma coisa inacreditável a cassação desse deputado. Faltavam 10 minutos para acabar as eleições de 2018. Ele era deputado estadual, concorria a deputado federal e resolveu falar uma coisa: que o cara ia apertar o 17 e saía o 13. É uma coisa que aconteceu em larga escala. O TSE não se explicou no tocante a isso e resolveu cassar o mandato dele. Hoje (ontem), Kassio recompõe o mandato a Francischini", afirmou, na live de ontem.
Bolsonaro acusou a Corte eleitoral de tomar "medidas arbitrárias" contra a democracia. "Sabemos aqui que o TSE está tendo medidas arbitrárias contra o Estado democrático de direito. Atacam a democracia. Não querem a transparência do sistema eleitoral", criticou.
O presidente do TSE, Edson Fachin, também foi alvo de Bolsonaro. "O senhor Fachin se reuniu com vários embaixadores de países e está preparando eles para o seguinte: quando apresentar o resultado no final da tarde no primeiro domingo de outubro, que seus países reconheçam imediatamente o resultado das eleições. É bastante curioso isso que ele está fazendo", afirmou. "Há poucos dias, ele disse que deve convidar 200 observadores internacionais para acompanhar as eleições aqui. Eu pergunto: para acompanhar o quê? O que eles sabem? O que eles veem dentro da sala secreta?"
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Na busca pela reeleição, Bolsonaro deu início, ontem, às participações na propaganda partidária do PL. Sob o slogan "Ninguém segura este novo Brasil", o chefe do Executivo aparece, em um dos vídeos, rodeado de jovens, falando sobre pautas de costumes ligadas à família e à religião. A legenda terá direito a 40 inserções na tevê e no rádio, até o próximo dia 11.
As imagens serão transmitidas em rede nacional das 19h30 às 22h30 e terão duração de 30 segundos. Em um dos vídeos, o presidente repete para cada um das 27 unidades da Federação: "Sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração, ninguém segura este novo Brasil". A frase é inspirada na música "Eu te amo, meu Brasil", gravada em 1970, na época da gestão do general Médici. Bolsonaro também destaca o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, e as vacinas contra a covid-19.
Na conversa com jovens, o presidente fala da importância de respeitar os pais. "Por que é que o pai, a mãe, muitas vezes, era chato (sic)? Porque ele fala a verdade para vocês. E olha, tem de ser assim. Os teus pais são aqueles que dão a vida, de verdade, por vocês. Por que não ouvi-los? A família é a base da sociedade. Você vai se orgulhar, lá na frente, dessas pessoas que te botaram na linha lá atrás", diz.
Bolsonaro tenta, assim, cativar o voto desse eleitorado. Conforme pesquisa Ipespe, do mês passado, 47% dos jovens entre 16 e 34 anos disseram que votarão no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra 28% que preferem Bolsonaro.