O presidente Jair Bolsonaro (PL) desafiou, nesta quinta-feira (2/6), a TV Globo para um debate ao vivo sobre segurança nas eleições. O chefe do Executivo disse ter números e “coisas concretas” sobre o assunto. Mas vale lembrar que, em julho do ano passado, Bolsonaro já havia promovido uma live na qual prometeu apresentar as provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas. Contudo, durante o evento, ele comentou que “não tinha como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”.
O desafio de Bolsonaro ao canal ocorreu em transmissão ao vivo pelas redes sociais do presidente. Bolsonaro ainda voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse que o órgão toma “medidas arbitrárias” contra a democracia.
“Sabemos aqui que o TSE está tendo medidas arbitrárias contra o estado democrático de direito. Atacam a democracia. Não querem a transparência do sistema eleitoral. E eu quero aqui desafiar: TV Globo, não vou falar os demais canais, TV Globo, se vocês toparem discutir a questão de segurança nas eleições, comigo, ao vivo, estou à disposição com dados, com números, coisas concretas sobre segurança nas eleições”, disparou.
O presidente também voltou a comentar sobre a participação das Forças Armadas nas eleições e criticou que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), queira convidar observadores internacionais para acompanhar as eleições brasileiras.
“Eu lamento aqui porque o TSE convidou as Forças Armadas a participar de uma comissão que visa a transparência. Depois que as FA apresentaram as sugestões, o ministro presidente do TSE não aceita mais conversar e diz que tem que ser assim e não se discute mais o assunto. Lamentável. O senhor Fachin se reuniu conforme matéria da imprensa, é verdade, se reuniu com vários embaixadores de países e está preparando eles para o seguinte: quando apresentar o resultado no final da tarde no primeiro domingo de outubro que seus países reconheçam imediatamente o resultado das eleições. É bastante curioso isso que ele está fazendo. Há poucos dias, ele disse que deve convidar 200 observadores internacionais para acompanhar as eleições aqui. Eu pergunto: para acompanhar o que? O que eles sabem? O que eles veem dentro da sala secreta? Eles têm condição de saber alguma coisa? O sistema eleitoral do Brasil é igual ao país deles?”, questionou.
E ironizou: “Eu acho que seria legal ele convidar o pessoal de Bangladesh ou de Butão, onde tem um sistema eleitoral igual o nosso. O resto não tem que convidar ninguém”, emendou, destacando o convite à Globo. “Estou aqui, TV Globo, à disposição ao vivo para debatermos o sistema eleitoral brasileiro.”