Imagine aí o leitor amigo, a leitora amiga, ser convidado(a) a uma festa cheia de gente que não gosta de você. Imagine também que, nos últimos três anos, você desgraçou a vida dessas mesmas pessoas: você as deixou sem emprego, sem renda, sem comida, relativizou suas agruras, debochou de suas doenças e as ofendeu dia e noite.
Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, anunciou que não participará dos debates eleitorais do primeiro turno. Por quê? Bem, porque o devoto da cloroquina é o estorvo descrito acima, o convidado odiado por todos, o famoso "espalha bolinho". Participar dos debates equivaleria a ser linchado, merecidamente, aliás, em praça pública.
O amigão do Queiroz não tem nada de bom para falar. E mesmo que tivesse, não é capaz de emendar uma mísera frase com sujeito, verbo e predicado. Além do mais, a quantidade de "craca" que tem a esconder, ou melhor, a não responder, é imensa: rachadinhas, cartão corporativo, sigilos centenários, centrão, corrupção, covid-19.
O que iria dizer, por exemplo, a respeito da inflação? E dos combustíveis? Que tal gás de cozinha? Já sei: Lava-Jato? Não? Ok, e viagra superfaturado ou próteses penianas para o Exército? Viram, meus caros e caras, a lista é suficiente para todos os debates de primeiro e segundo turno das próximas 250 eleições, no mínimo.
Pois na esteira de sua covardia antidemocrática, seguirá seu principal concorrente, Lula da Silva, o meliante de São Bernardo. Fujão contumaz — o chefão petista já fez assim eleições anteriores —, o líder das quadrilhas do mensalão e do petrolão não será besta de assumir o lugar de Geni (os mais novos que pesquisem no Google).
O ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro) também tem muito a esconder e nada a mostrar. O que dirá sobre sua Dilma Rousseff e o pior período econômico do país? O que dirá sobre sua não-inocência? O que dirá de novo, já que suas ideias continuam as mesmas: velhas, mofadas e mentirosas?
Lula e Bolsonaro são vidraças frágeis e verdadeiros patos mancos. Ao mesmo tempo em que não têm planos para o Brasil — que pudessem servir de pauta —, não têm como se defender das verdades que lhes serão, digo, seriam atiradas nas caras de pau. Assim, o melhor caminho é mesmo a porta dos fundos, destinada aos arregões.
Fico aqui a projetar as participações de Ciro Gomes, coitado. O coroné cabra-macho ficará batendo o pé sozinho, xingando e esbravejando os fujões. Em quem vai descontar a ira represada? Eu arriscaria Simone Tebet, caso seja mesmo a candidata do PMDB, já que o Cirão da Massa (qual?) adora um ataque de pelancas machista.
Assim se dará mais uma eleição presidencial no país, com baixíssimo nível, vazio absoluto de ideias e projetos, uma trocação de ofensas e acusações sem fim, enquanto os prováveis eleitos fazem planos para mais roubalheira em benefício próprio, às custas da miséria e do atraso da população, que merecidamente terá o destino que mais uma vez escolheu.